Recuperação de casas centenárias de comunidade ribeirinha está em fase final

10 de outubro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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recuperação das casas centenárias da comunidade ribeirinha de Piúva, às margens do rio Cuiabá, no município de Barão de Melgaço, está em fase final. As obras serão concluídas até o final do mês. A reforma da igreja Bom Jesus da Piúva e a residência que pertence aos irmãos Servina e Euclides da Silva Taques, com mais de 70 anos, tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Há três meses, 37 prédios centenários da região foram tombados pelo setor de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Mato Grosso.

A casa feita de adobe está sendo totalmente recuperada. As paredes originais estão sendo mantidas. Segundo os moradores da região, o telhado da casa estava caindo. “Tivemos que escorar parte do telhado com uma forquilha”, disse ‘seo’ Euclides, que está muito feliz com a reforma de sua casa. A igreja da comunidade vai ganhar piso, banheiros, proteção de altar, além de uma ornamentação no oratório. “Essa reforma está mudando a nossa vida, antes éramos esquecidos”, disse a moradora Vanilda Francolina Almeida.

As residências tombadas pertencem aos descendentes dos primeiros moradores dos portos de Croará, Sangradouro Grande, Rancharia e Pedro Alves. Todos pertencentes à comunidade de Piúva. Segundo a coordenadora do Patrimônio Histórico, Maria Antúlia Leventi, a área tombada é de aproximadamente 4000 m². “O entorno de proteção corresponde a 150 metros a partir das margens direita e esquerda do rio”.

Por causa da dificuldade de acesso, já que não há estradas até a comunidade, os materiais como madeiras, adobe e telhas foram retirados e feitos no próprio local. “O rio é o único caminho para chegar aos portos”, explicou a coordenadora do Patrimônio. Ela lembra, que por conta do desmoronamento das margens do rio Cuiabá, os imóveis estão se deteriorando. Muitas casas que na época da construção estavam a 300 metros de distância do rio, agora estão a menos de cinco metros da margem.

A moradora Maria Taques, descendente dos primeiros moradores da comunidade de Piúva, relata que as primeiras construções foram levantadas no ano de 1915. “Temos que preservar a nossa história”, declara. A casa dos irmãos Servina e Euclides da Silva Taques será transformada em um Centro Cultural.

HISTÓRICO

As casas tombadas fazem parte do sistema de Sesmarias – terras doadas no século XVIII, e que ainda possuem em suas estruturas o material usado na época. “Com o tombamento e recuperação dos imóveis, a história daquele povo e a de Mato Grosso está sendo preservada”, afirmou o secretário de Cultura do Estado, João Carlos Vicente Ferreira. A comunidade de Piúva, composta por quatro portos, serviu para chegada das monções, de passagem de viajantes e migrantes que vinham em busca do ouro descoberto nas Minas do Sutil.

Fonte:Secom/MT