Na posse de ministros, Lula elogia avanços do seu governo na economia
23 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Fonte:Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a economia melhorou durante o seu governo. Para exemplificar a “solidez” da economia, Lula citou dados divulgados nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que mostraram a revisão para cima do PIB (Produto Interno Bruto) e que os trabalhadores conseguiram em 2006 os melhores reajustes salariais dos últimos dez anos.
“Acredito que hoje estamos vivendo momento importante na história desse país. Não só pela divulgação do PIB e pelas mudanças feitas na economia. Um dado importante, digo isso porque passei 20 anos no mundo sindical, é que o Dieese divulgou que 86% dos reajustes salariais foram acima da inflação com ganhos reais para trabalhadores. É uma grande novidade na política nacional. Participei de movimentos, fiz parte das greves mais importantes e quando a gente recebia reajuste próximo da inflação, já era um ganho”, disse Lula.
Lula afirmou ainda que os ministros da Fazenda são mais estáveis em seu governo do que nos anteriores. “Houve tempo no Brasil que ministros da Fazenda caíam a cada vez que se divulgava a inflação. Caía toda a árvore que compõe o Ministério da Fazenda. Não estávamos nessa situação. A situação do país é sólida. Estamos vivendo um momento das maiores envergaduras da economia brasileira”, disse.
Ele disse ainda que nunca houve “momento em que a gente tenha reunido tantos fatores positivos”. “O Brasil nunca teve uma situação privilegiada como a que estamos tendo. Alguns poderiam dizer que é sorte.”
O presidente alfinetou ainda a oposição que disse que seu governo teve sorte. “Os mesmos que dizem que é sorte, não diziam [isso] quando tivemos que fazer um dos maiores apertos na economia em 2003. Sabe Deus o que passamos em 2003. Os congressistas souberam logo no início.”
Lula deu posse hoje aos ministros Marta Suplicy (Turismo), Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Reinhold Stephanes (Agricultura).
Além de elogiar a política econômica, Lula afirmou que a coalizão política que montou em torno de seu segundo mandato vai mostrar ao Brasil “que é possível fazer política no país com P maiúsculo”, a longo prazo, com ações que serão medidas pela população nos próximos 20 anos”.
Para os que criticaram a sua demora para trocar os ministros, Lula disse que não se mexe em time que está ganhando. “Quando tomei posse, disse que não precisava mudar o ministério. Como o Internacional de Porto Alegre, não precisaria trocar os jogadores, pois tinha acabado de ganhar”, disse Lula comparando sua equipe ministerial com o atual campeão mundial e da Taça Libertadores.
Lula elogiou hoje seus novos ministros. Sobre Marta, ele afirmou que ela pode disputar o cargo político que quiser. “Alguém que foi prefeita de São Paulo pode ter qualquer cargo no mundo.”
Para o presidente, Walfrido é o melhor articular que o governo pode ter no Congresso porque gosta de deputados e senadores. “Depois de conversar com deputados, senadores, a unanimidade é que ele [Walfrido] é o ministro que mais gosta de deputado e senador. Ele gosta tanto que chega a tomar café, almoçar com deputado e se dá ao luxo de jantar com deputado e faz a sobremesa com senador.”
Já Stephanes foi elogiado por seu currículo. “O [Michel] Temer [presidente do PMDB] me trouxe lista com sete nomes. Escolhi o Stephanes por sua carreira política. Já me disseram que ele foi da Arena, do PDS. Não faço política vendo o que fizeram ontem, faço política vendo o que vão ser amanhã.”
Avanços sociais
“Ontem fiz uma reunião para discutir a política social que vamos construir nos próximos quatro anos. Brincava com o Guido [Mantega, ministro da Fazenda] que o IBGE diz que caiu investimento e cresceu o PIB. Mesmo o não crescimento se deve à quantidade de dinheiro colocado nas políticas sociais desse país. falo sem medo de errar e não vou mais fazer comparação, pois tenho que me comparar com meu primeiro mandato. Nunca houve nesse país o que conseguimos fazer nos primeiros quatro anos.”