Mercado de Mato Grosso teme duopólio entre aéreas

30 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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A venda da VRG Linhas Aéreas – conhecida como Nova Varig – para a Gol foi recebida com críticas pelas agências de viagens e segmento turístico de Mato Grosso. O mercado local vê a aquisição como “prejudicial” ao setor, pois vai tirar a possibilidade de haver uma opção de transporte ao usuário.

“A operação é péssima para o mercado, pois cria a possibilidade de um duopólio no transporte aéreo do Estado”, critica o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado (Sinditur), Oiran Gutierrez.

A venda da Varig, segundo ele, deixará uma lacuna aberta no transporte aéreo, além de menor concorrência no setor.

“Entendemos que a concorrência é salutar para o mercado, em qualquer segmento, e sempre deve existir. Não podemos tirar as opções dos usuários e deixá-los nas mãos de apenas duas grandes empresas {Gol e TAM}, acentua Gutierrez, lembrando que Mato Grosso já chegou a ofertar quatro empresas de transporte aéreo – além da TAM e da Gol, operavam a Varig e a Transbrasil.

O presidente do Sinditur, que é também agente de viagem há mais de 25 anos em Mato Grosso, diz que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não deveria aprovar a transação.

Para Miriam Parrado, gerente de Consolidação da Confiança Turismo, a venda trará perdas para o mercado, “que ficará com menos opção e menor concorrência”.

Para a Ametur Turismo, o acordo é prejudicial e abre a possibilidade de um duopólio no mercado. “Teremos menos concorrência e, com isso, quem perde é o usuário”, disse um funcionário da empresa.

Outra agência, a Ararauna Turismo, acredita que a venda da Nova Varig poderá refletir em um aumento nos preços das passagens para os usuários.

“Pode ocorrer um aumento nos preços por conta da menor concorrência. Pelo menos a primeira impressão que temos é esta”, afirma Ana Paula Ferreira, consultora de vendas da Ararauna Turismo.

Segundo ela, o setor está na expectativa do que irá acontecer com o mercado após a consolidação da aquisição da Varig pela Gol.

O funcionário de uma outra agência de viagens e turismo de Cuiabá, Francisco Lima de Almeida, diz que toda vez que se reduz a concorrência os preços das passagens sobem.

Como exemplo, ele cita que o preço de uma passagem (ida) para Campo Grande chegou a R$ 180, quando havia duas empresas aéreas explorando a linha (no caso, a TAM e a própria Gol). Com a saída da Gol desta rota e o controle da linha apenas pela TAM, o preço hoje é de R$ 329,50. “Os preços eram melhores, porque havia concorrência. Com a saída da Nova Varig, temos receio de que poderá acontecer o mesmo [alta dos preços]”, disse.