Levantamento do Inpe indica 8.666 áreas de incêndio no Brasil

15 de agosto de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Sul do Pará concentra focos

Um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicou 8.666 focos de incêndio no Brasil, no período de 1 a 13 de agosto. Até o fim da tarde do dia 12, eram 6.326 focos em área florestal. Os focos de fogo são basicamente associados às queimadas, que são feitas com finalidade agrícola. A prática é usual para limpar os terrenos onde serão plantadas as novas safras. O problema é que, nesta época, a vegetação está ressecada em grande parte do País, devido à escassez de chuva. Com o solo seco, o fogo se alastra rapidamente e muitas vezes sai de controle, atingindo reservas ambientais.

Além do perigo para as áreas de floresta, a fumaça das queimadas fica tão densa nesta época que causa grave restrição de visibilidade nas estradas e nos aeroportos. Na manhã de ontem (13) e de hoje (14) a visibilidade no Aeroporto de Porto Velho, em Rondônia, chegou a baixar para 1.600 metros por causa da fumaça. Historicamente, agosto é um mês em que o número de queimadas aumenta muito. O agricultor que ainda não fez a queimada começa a fazer agora, preparando-se para o novo plantio e o reinício do período de chuva, que normalmente ocorre até o fim de setembro.

Para se ter uma idéia de como aumenta o número de focos de fogo em agosto, os dados computados por diversos satélites meteorológicos revelaram que o total acumulado em julho, em todo o Brasil, foi de 7.056 focos. Do dia 1 ao dia 13 de agosto, porém, já foram identificados 8.666 focos. A maior concentração estava no Pará, que já acumula 1.768 só nestes 13 dias. No mesmo período, o Mato Grosso registrava 1.652 focos; o Tocantins, 553; Maranhão, 701; e Rondônia, 367 focos. Agosto de 2006 terminou com 25.808 focos de fogo espalhados pelo País. O fogo não vai parar tão cedo e também não há expectativa de chuva para a maior parte do Brasil.

Com a presença de uma forte e extensa massa seca sobre o País, os níveis de umidade do ar continuam baixos. Isso impede o crescimento de nuvens que possam provocar chuva, apesar do calor da tarde. Além disso, essa massa de ar causa um bloqueio atmosférico que impede o deslocamento normal das frentes frias. Na segunda-feira (13), uma frente fria entrou no Rio Grande do Sul, mas já foi bloqueada e ontem (14) se afastou em alto-mar. Hoje (15), outra frente fria avança da Argentina e chega o sul gaúcho provocando um pouco de chuva só em cidades próximas da fronteira com o Uruguai. A previsão é de que esse sistema também seja bloqueado e consiga levar chuva na quinta-feira (16) só até o sul de Santa Catarina.

Fonte: Diário do Pará