Governo lança campanha contra Aids no Dia Internacional da Mulher

8 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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O governo federal quer sensibilizar a população para o fato de o vírus da Aids estar se disseminando com mais rapidez entre as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, a sessão especial sobre HIV/Aids das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York em junho de 2006, reconheceu que a epidemia da doença no mundo tem hoje um perfil heterossexual e sua incidência é muito mais acelerada entre mulheres, fenômeno que ganhou o nome de “feminização da Aids”.

Para este Dia Internacional da Mulher, comemorado oficialmente em 8 de março, o governo federal lançou o Plano Nacional de Ações Integradas para o Enfrentamento da Feminização da Epidemia das DST/Aids, considerando o crescimento da doença no público feminino. O Brasil é o primeiro país na América Latina a desenvolver ações específicas para enfrentar o problema.

Em todo o mundo, as mulheres representam 50% da população infectada. No Brasil, quando a doença surgiu na década de 80, para cada 16 homens infectados registrava-se um caso de mulher com o vírus HIV. Essa proporção caiu significativamente e hoje está em 1,5 caso em homem para um registrado em mulher, segundo dados do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.

O plano integrado lançado pelo governo federal estabelece políticas de prevenção, promoção e atenção integral à mulher. É um conjunto de ações para implantação de novas redes de atenção à violência doméstica, ampliação do acesso a testes de HIV e a exames ginecológicos e intensificação do trabalho de orientação sexual, com a distribuição de preservativos nas escolas públicas de ensino médio.

O projeto prevê ainda o estabelecimento de parcerias com setores governamentais e não-governamentais e sociedades científicas para a sua implementação, visando a interlocução com ações e programas já existentes nas três esferas de governo federal, municipal e estadual.

A campanha e os Jogos Pan-americanos

Neste Dia Internacional da Mulher, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres também homenageou as atletas dos Jogos Pan-americanos e do Parapan, com o lançamento, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio de Janeiro, da campanha de prevenção das DST/Aids. A programação se estenderá até o término dos Jogos Pan-americanos Rio-2007, em julho, e dos Jogos Parapan-americanos, em agosto.

No início dos jogos, cada atleta receberá um kit com preservativos, camisetas e informações sobre a prevenção da epidemia. Outra estratégia para levar a mensagem de uso da camisinha é a utilização de um espaço na vila olímpica para a exposição sobre as doenças sexualmente transmissíveis, enfatizando a questão do aumento da incidência de mulheres com Aids no país.

As ações do Dia Internacional da Mulher contam com a parceria do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), da Caixa Econômica Federal (CEF), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Comitê Olímpico Brasileiro (Cob), do Comitê paraolímpico Brasileiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Alguns fatores que contribuem para a vulnerabilidade das mulheres diante da Aids:

A desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres;

O menor poder de exercício dos direitos pelas mulheres quanto ao uso de preservativo e nas decisões que envolvem a sua vida sexual e reprodutiva;

A violência doméstica e sexual contra mulheres e meninas;

A discriminação e o preconceito relacionados à raça, etnia e orientação sexual;

Falta de percepção sobre o risco de se infectar pelo HIV.

Fonte: Governo Federal.