Agricultura: Novas variedades de feijão são testados pela Empaer

14 de agosto de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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O trabalho começa com a seleção das variedades a serem plantadas

Para garantir variedades produtivas, foi implantada este ano Unidades Demonstrativas (UD) com 15 cultivares e dois experimentos no município de Tangará da Serra (239 km a Médio Norte de Cuiabá), para avaliar o feijão de sequeiro do grupo preto e carioca.

O Estado de Mato Grosso possui uma área plantada de 41,3 mil hectares de feijão, com uma produção que atinge mais de 63 mil toneladas por ano e uma produtividade de 1.527 quilos por hectare.

Hoje o Estado ocupa o 12º lugar no ranking nacional e produz 77% do feijoeiro comum e 23% do feijão caupi (muito utilizado no Nordeste). Os resultados de pesquisas já recomendaram para o Estado mais de 12 cultivares de feijoeiro comum, tais como, BRS Pontal, BRS Requinte, Pérola Rudá, Jalo Precoce, Carioca, Diamante Negro, Rio Tibagi e outras.

O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Valter Martins de Almeida, afirma que o município de Tangará foi escolhido devido à boa fertilidade do solo, condições climáticas favoráveis e bons antecedentes com o cultivo do feijão. Ele lembra que em anos anteriores, o feijão da seca ou sequeiro atingiu uma produtividade de 600 quilos por hectare na região.

De acordo com Valter, o feijão da seca é considerado um plantio de risco porque depende muito da distribuição de chuvas nas fases mais sensíveis da cultura, ou seja, pré-floração até enchimento dos grãos.

O trabalho começa com a seleção das variedades a serem plantadas e em seguida a pesquisadora da Empaer e doutora em fertilidade de solos e nutrição de plantas, Maria Luiza Perez Villar, pesquisa as variedades que necessitam de menor quantidade de fertilizantes, ou seja, menos exigentes, para ser utilizadas na agricultura familiar.

Segundo Valter Martins, das 15 variedades que estão sendo testadas, seis já estão disponíveis para os produtores rurais, BRS Supremo, Valente, Cometa, Requinte, Pontal e Jalo Precoce. A variedade Supremo foi a que atingiu a maior produtividade chegando a produzir 1.661 quilos por hectare. Esses materiais já estão sendo disponibilizados, mas nem todos recomendados.

Os experimentos estão sendo analisados também nos campos experimentais da Empaer nos municípios de Cáceres, Sorriso, Primavera do Leste e Várzea Grande. O material genético oferecido é o mesmo tanto para o produtor mecanizado como para o manual, disponibilizando cultivares de qualidade e mais adaptadas às demandas de consumo.

Valter acredita que esse trabalho de pesquisa terá resultados positivos em dois anos, e com a possibilidade de apresentar duas novas variedades capazes de satisfazer as exigências dos produtores, principalmente da agricultura familiar, consumidores e aumentar a oferta dessa leguminosa em nível nacional.

Fonte:TVCA