ABRE: 2007, ano de estabilidade e crescimento

11 de janeiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Mais contido no uso do “economês” e na realização de previsões futurísticas, o economista-chefe do Banco Itaú, Tomás Málaga, deixou uma mensagem clara aos quase 200 participantes do Almoço de Confraternização da ABRE, realizado em dezembro no Hotel Renaissance, em São Paulo e patrocinado pelas empresas Braskem, Fispal, Henkel e Suzano Petroquímica: 2007 promete ser um ano bastante positivo do ponto de vista econômico, o que dará fôlego para vários setores industriais, inclusive o de embalagem, de decolarem seus planos de crescimento.

Segundo ele, apesar da desaceleração dos EUA em 2006, o bloco europeu ganhou projeção e promete continuar em rota de ascensão. “A queda da taxa de juros norte-americana é outro ponto relevante e que sinaliza a melhora internacional”. Málaga chama atenção ainda para o fato do comércio internacional crescer a taxas maiores que as taxas de crescimento da economia mundial que é de 2% ao ano desde 2002. “Desde 2002 também registramos um crescimento consistente do preço das exportações brasileiras, o que é muito bem-vindo”.

Outro sinal de “saúde”, é que se o Brasil decidisse pagar sua dívida externa, ainda sobraria dinheiro; as reservas brutas estão avaliadas em US$ 83 bilhões. “Hoje também exportamos poupança para o resto do mundo e consumimos menos do que produzimos. Há ainda o fato do risco Brasil ter caído drasticamente: 2000 pontos no passado contra os 200 pontos atuais, apenas 2% a mais que os EUA”.

A inflação brasileira também é motivo de surpresa para Málaga, que analisa que o Banco Central cumpriu a sua meta com folga. A estimativa é que a inflação tenha ficado ao redor dos 3% em 2006. O que ainda não é muito positivo na visão do economista é a valorização da taxa de câmbio.

Pesados os prós e contras, o fato é que o Brasil ainda cresce abaixo da taxa de crescimento econômico mundial, o que sugere que algo tem que mudar. Málaga defende que um dos alvos de mudança deva ser a taxa de produtividade brasileira. “Trata-se de um ponto crucial e que custa pouco para mudar. Não adianta investir no país se não há uma boa produtividade; a produtividade brasileira praticamente não cresceu nos últimos 10 anos”.

Outras dificuldades a serem superadas na opinião do Economista do Itaú são os gastos com a Previdência Social que chegam a 11% do PIB; a dificuldade de se conseguir boas negociações em blocos como o do Mercosul; e os 20% de risco de haver um novo apagão elétrico, mesmo este setor absorvendo uma carga tributária de 37%. “Enfim, a curto prazo estou certo que não há com o que se preocupar. A preocupação é com o crescimento a médio e longo prazo”. Málaga estima que o Brasil cresça cerca de 3,4% em 2007; que as taxas de juros caiam para 11,5% no final deste novo ano; e que a inflação gire ao redor de 4%.

Especificamente no caso da indústria de embalagem, o Presidente da ABRE, Paulo Sérgio Peres avaliou um 2006 sem crescimento de volume de produção e um faturamento de R$ 32 bilhões. “O importante é que a ABRE continua com ações empreendedoras que buscarão reunir toda a cadeia de embalagem ao redor de um objetivo em 2007: promover a valorização da embalagem brasileira”.

Hoje a entidade congrega em torno de 300 empresas de todos os segmentos, fornecedores de matérias-primas e insumos, fabricantes de máquinas e equipamentos, convertedores e usuários de embalagem, agências de design, instituições de ensino e entidades de classe.

Fonte: Abre