Entrevista mensal: Crea-MT destaca trabalhos do profissional da modalidade de Geologia

4 de maio de 2023, às 9h15 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Graduado em 2016 pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no curso de Geologia, Natã José de França é   mestre em geociências também na UFMT e doutorando em geociências pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Já atuou no Museu de Rochas, Fósseis e Minerais da UFMT, na área de consultoria Ambiental, Geologia, mineração   em empresa de Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto, Mineração Jatobá. Atualmente trabalha na Companhia Mato-grossense de Mineração (METAMAT).

 

 Gemar- O que mais chamou a sua atenção para entrar na área de geologia?

 

Natã – Cursei o ensino médio juntamente com o técnico no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso – CEFET-MT, atual IFMT, e o curso técnico era em Meio Ambiente. Lá tive a oportunidade de conhecer bem as diversas ciências voltadas à evolução e desenvolvimento do nosso planeta. Neste período enquanto cursava o ensino médio fui me aproximando das áreas voltadas a geomorfologia, ao desenvolvimento dos solos, da formação das rochas e outras ciências da terra de tal forma que uma professora de geografia sugeriu que fizesse geologia. Na época não sabia bem do que se tratava o curso, entretanto pesquisei e decidi pelo curso de Geologia.

Gemar- Qual maior desafio do geólogo?

Natã- Depende muito da área da geologia que o profissional escolhe atuar. O mais comum é trabalharmos na pesquisa mineral e mineração sendo estas as escolhas profissionais. Já as dificuldades são as distâncias que temos que percorrer até nosso ponto de trabalho, o isolamento nos locais e os trabalhos executados em localidades   extremamente inóspitas e perigosas como matas fechada, rios e locais áridos.

 Gemar-  como é o mercado de trabalho para o geólogo?

 Natã- É uma área relativamente boa. Apesar de oscilar às vezes, é um mercado promissor, com forte dependência, principalmente em commodities minerais, como petróleo e o ouro.   Por exemplo: quando me formei a Petrobras absorvia quase 25% dos profissionais formados no Brasil, isso impulsionava significativamente a contratação de geólogos interessados em trabalhar com hidrocarbonetos e como reflexo disso,  tinha um grande déficit de profissionais em outras áreas da geologia o que fazia com que houvesse uma grande procura por profissionais recém-formados e também elevava nossa média salarial.

 Gemar- Como   avalia o campo de atuação da Geologia em Mato Grosso?

 Natã- Em Mato Grosso temos uma das melhores áreas para trabalhar no país, não somos um grande expoente na exploração de hidrocarboneto, mas nossa mineração está entre as melhores do país. Até poucos anos atrás fomos o maior produtor de diamantes do Brasil. Estamos entre os três maiores produtores de ouro do país, estamos entre os quatro estados com maiores processos de requerimentos de áreas. E temos a maior cooperativa mineral do Brasil, e existe uma corrida pela pesquisa de minerais estratégicos que possam ser utilizados na agricultura. Temos excelente campo de atuação na geologia ambiental, dentre outras importantes áreas de atuação.

Gemar- E os profissionais do Sistema Confea/Crea, tem recebido a valorização merecida, sejam eles repartições públicas ou privadas?

 Natã- Em partes sim, porém poderia melhorar no sentido de haver mais fiscalização das execuções dos serviços prestados pelos profissionais fazendo com que as empresa privadas ou órgãos públicos respeitem mais os profissionais, que os autônomos não subvalorizem seus serviços viciando o mercado a pagar pouco e forçando os profissionais, por muitas vezes, a  entregarem um serviço aquém do mínimo desejado.

 

Giovana Giraldelli sob supervisão de Cristina Cavaleiro / Gerência de Relações Públicas, Marketing e Parlamentar (GEMAR)