Erro na pecuária

21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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Por Sátyro Pohl Moreira de Castilho, engenheiro civil, presidente do Crea-MT. Em 05/07/2004.

Na semana passada, fiquei estarrecido ao assistir um telejornal e ver que a carne mato-grossense estava vetada para o mercado russo. Afinal, o motivo de toda celeuma comercial era um foco de aftosa no Pará, em um município de nome Monte Alegre, extremamente distante da divisa com Mato Grosso. A própria reportagem informava que Mato Grosso não tem registro de febre aftosa há oito anos. Um esforço hercúleo foi feito nos últimos governos para erradicar a febre aftosa, o que possibilitou ao mercado europeu aceitar a carne mato-grossense.

O problema é que o governo brasileiro, ao negociar a liberação da carne nacional com o governo russo, foi extremamente simplista: estados que fazem divisa com o Pará simplesmente estão em “quarentena”. O governo não considerou:

1 – Qual a rota que a produção da região paraense faz até o mercado externo, rota que não tem qualquer relação com Mato Grosso;

2 – A extensão territorial vasta dos Estados que fazem divisa com o Pará, com incontáveis barreiras naturais;

3 – O histórico de contaminação de cada Estado nacional.

Mesmo de boa fé, o governo brasileiro acabou punindo um Estado que se esforça em rezar a cartilha sanitária no setor pecuarista, enfrentando dificuldades inerentes a um território continental e de comunicações terrestres precárias. E favoreceu regiões que, historicamente, sempre são beneficiadas no processo econômico brasileiro: Sul e Sudeste.

Sem dúvida, uma trapalhada…
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