Inovações em proteção de concreto

21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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(*) Eng. Flávio de Camargo Martins

Atualmente é corrente o conhecimento que se tem a respeito do concreto, sua durabilidade, resistência, facilidade de emprego na construção civil e suas diferentes classificações.

Porém como nenhum material é eterno e devido sua característica de higroscopia e porosidade muitos agentes presentes no ambiente geram ataques, desgastes e deteriorações que evoluem para anomalias as quais consequentemente contribuem para a redução da vida útil.

Deve-se levar em consideração que o concreto está inserido em um macro-ambiente que pode ser industrial, urbano ou rural, sem esquecer de analisar o micro-clima a que está exposto. Presentes nestes ambientes estão uma série de agentes de agressão ao concreto, tais como chuvas ácidas, abrasão mecânica, lixiviação, névoa salina, produtos químicos de limpeza e uso industrial, gás carbônico, efluentes domésticos, umidade, dentre outros.

Cada um destes agentes podem ao longo do tempo gerar anomalias diversas e efeitos que acabam por deteriorar as peças de concreto, portanto a cada dia, engenheiros, arquitetos e especialistas do setor tem dado especial importância e indicado amplamente o uso de proteções superficiais ao concreto.

Porém existem muitas opções e inovações constantes neste sentido as quais aliadas ao desconhecimento podem gerar especificações inadequadas.

Neste artigo iremos elencar e classificar os principais sistemas de proteção, descrevendo suas características, evolução dos agentes ativos e veículos de dispersão.

Podemos classificar os sistemas de proteção em relação a sua capacidade de formação de película em dois tipos:

1.Proteção Hidrofugante ou Hidrorepelente – não formadora de película

Características:

•Podem ser aplicados sobre substrato não uniforme e com fissuras/poros < 3 mm

•Não formam filme

•Não alteram as características naturais do substrato

•Aceitam alguma umidade residual do substrato

•Reduzem a penetração de cloretos

•Não são eficazes contra a carbonatação, deposição, desgaste e ataque químico

Evolução do agentes ativos:

•Resinas de Silicone e Siliconatos – Baixa durabilidade e eficiência

•Siloxanos – Baixa à média espessura de penetração, custo intermediário

•Silanos – Alta espessura de penetração, custo elevado e pouco conhecimento

•Silano-Siloxano – Combinações das características e propriedades dos dois tipos

Veículos de dispersão:

•Solvente hidrocarbonetos alifático

•Solvente alcoóis

•Água

2.Sistemas formadores de película

Agem através a formação de barreira protetora resistente à ataque químico e desgaste que impede o ingresso de agentes para o interior do concreto ou revestimento

Atuação:

•Resistem ao ingresso e impedem o avanço da carbonatação

•Impedem a penetração e acúmulo superficial de água

•Resistem ao desgaste superficial

•Impedem a deposição superficial de fuligem ou resíduos

•Resistem a fotodegradação quando especificamente formulados

•Resistem ao ataque biológico e químico quando especificamente dimensionados

Evolução dos agentes ativos:

•Poliuréias e poliuretanos especiais

Evolução dos aditivos

•Pigmentos de alta resistência

•Agentes de secagem rápida

•Germicidas e bactericidas incorporados

Veículos de dispersão:

•Solventes hidrocarbonetos alifáticos

•Solventes alcoóis

•Água

Agentes de aderência:

•Primers especiais para presença de umidade e superfície impregnada com óleos

Tendências:

·Novos desenvolvimentos em sistemas de dupla camada

·Especialização e diversificação do uso de primers

·Adição de aditivos especias para potencializar e melhorar características

·Variabilidade de agentes de dispersão da família dos alcoóis e aquosos

*Texto de Engº Flávio de Camargo Martins – Coordenador técnico da Denver Impermeabilizantes