Em MS, 80 crianças indígenas esperam por atendimento

15 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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Fonte:Folha Online

Ao menos 80 crianças indígenas das etnias guarani e caiuá aguardam vagas para internação no Centro de Recuperação de Crianças Desnutridas, conhecido como Centrinho, em Dourados (MS). Outras 38 crianças –a capacidade máxima de atendimento– de até três anos já estão internadas.

O Centrinho é administrado pelo hospital da Missão Evangélica Caiuá, na entrada de reserva indígena de Dourados. No hospital, o menino Rogério Vilhalva, de um ano e dois meses, que morreu no domingo passado, foi internado no último dia 6 com um quadro de desnutrição moderada.

“Nós temos 38 crianças internadas, mas 80 devem estar precisando [de internação]”, disse o médico Antônio Aurélio Teixeira de Carvalho Neto.

Segundo ele, as crianças vêm da região sul do Estado –onde vivem cerca de 30 mil índios guaranis e caiuás. Segundo o médico, há também crianças em famílias com problemas com alcoolismo e conflitos culturais. “Os pais acham que são maldição”, afirmou ele, referindo-se aos indiozinhos nascidos com fissura labiopalatal.

No Centrinho, a maioria das crianças volta a ganhar peso em até 60 dias. O médico da Funasa Zelick Trajber afirma, porém, que algumas delas podem ficar internadas até seis meses. Embora possam receber alta, essas crianças permanecem no Centrinho porque a Funasa teme que, nas aldeias, as crianças voltem a ficar desnutridas. Em 2006, a Funasa atendeu 1.041 crianças desnutridas em MS –79 com desnutrição grave.