Desvalorização da arroba em MT pode chegar a 20%

10 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Compartilhar esta notícia

Um eventual embargo europeu sobre a produção mato-grossense de carne provocaria uma desvalorização de aproximadamente 20% sobre o preço da carne. A arroba do boi gordo com 30 dias, por exemplo, cotada a R$ 56 na praça de Rondonópolis – na última quinta-feira – passaria a ser vendida por até R$ 44. “Hoje temos um excedente de produção que se não for exportado vai pressionar o preço da carne no mercado interno. Estamos em uma situação muito preocupante”, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio Martins. Vale lembrar que neste momento, de entressafra, o boi gordo está em período de valorização.

Na última sexta-feira, o Diário, revelou que existem fortes rumores de que o Estado esteja muito próximo de ser descredenciado pela União Européia (UE). A medida fecharia as portas daquele mercado às carnes produzidas em Mato Grosso. De acordo com fontes do segmento pecuário, a possibilidade está embasada em irregularidades detectadas no sistema de rastreamento bovino e pressões da Irlanda e da Escócia junto ao parlamento europeu. Em março, durante uma visita dos técnicos que representam o bloco econômico deram um ultimato ao país. Os rumores são de que os técnicos que desembarcam no país entre os dias 15 e 26 de outubro vêm com a missão de avaliar a rastreabilidade bovina e até mesmo desabilitar o território mato-grossense.

Martins lembra ainda que haveria problema para escoar alguns cortes, que são 100% vendidos ao continente europeu. De janeiro a julho deste ano, Mato Grosso exportou US$ 116,995 milhões em carne para a União Européia, conforme números repassados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). No mesmo período, as vendas de carne totalizaram US$ 422,748 milhões. De acordo com Martins, a suspensão na compra de carne pelos países europeus representaria um grave prejuízo ao mercado mato-grossense. “A nossa alternativa seria buscar novos mercados”, avalia.

Para ele, Mato Grosso precisa fazer o “dever de casa” antes da visita dos técnicos da União Européia. “Já era para termos evoluído, principalmente com relação ao Sisbov, mas ainda estamos deixando a desejar”.

O diretor da Fiemt, Gustavo de Oliveira, considera que o descredenciamento de Mato Grosso provocaria um grande impacto na economia mato-grossense, mas teria pouca importância para os países europeus. Ele prefere não opinar sobre os riscos de descredenciamento do Estado, mas alerta que Mato Grosso deve estar preparado para atender aos parâmetros que a inspeção dos técnicos europeus vai exigir.

Fonte:Diário de Cuiabá