Denúncia feita à ONU

19 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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A prisão de 14 trabalhadores rurais no município de Confresa (a 1.160 quilômetros ao norte de Cuiabá), considerada arbitrária por entidades sindicais e de direitos humanos, foi oficialmente denunciada à Organização das Nações Unidas (ONU).

A denuncia relata que em junho deste ano, após participar de manifestação de protesto por atraso no pagamento dos salários, os trabalhadores da destilaria Araguaia, antiga Gameleira, e cortadores de cana foram agredidos e levados por policiais para prestar depoimento na delegacia de Vila Rica.

Durante 33 dias, os 14 trabalhadores permaneceram detidos no presídio de Porto Alegre do Norte e agora respondem a processo por crime de sabotagem, previsto no artigo 202 do Código Penal Brasileiro.

Mesmo na prisão, diz a denúncia das entidades envolvidas – Escritório de Direitos Humanos da Prelazia de São Félix do Araguaia, Sindicato dos Trabalhadores Rurais (Confresa), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Félix do Araguaia e Justiça Global – os cortadores continuaram sendo espancados.

A denúncia foi dirigia à Hina Jilani, representante especial do secretário-geral da ONU sobre Defensores de Direitos Humanos, e à Leila Zerrougui, responsável pelo Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Centro de Direitos Humanos da ONU.

O bispo aposentado da Prelazia de São Felix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, disse que levar fatos dessa natureza ao conhecimento da ONU é uma forma de alertar o mundo sobre a existem de trabalho escravo e arbitrariedades, e avisar as empresas que elas podem sofrer punições, assim como o Brasil, pela prática do trabalho escravo.

Com essas informações, lembrou ele, a ONU classifica os países, e a imagem das empresas pode se tornar negativa junto às instituições financeiras. No caso dessa destilaria, há outras quatro denúncias similares feitas quando ainda operava sob o nome Gameleira.

Fonte:Diário de Cuiabá