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O Workshop “Potencial Produtivo das Florestas Naturais da Região de Sinop: Como Manejar”, realizado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), em parceria com a Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (Amef) e a Embrapa, reuniu em Cuiabá, na manhã de quarta-feira, 30 de outubro, engenheiros florestais e técnicos que atuam na área, para discutir sobre as estruturas das florestas naturais e seu manejo. O evento foi realizado no auditório da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt).
Para o presidente da Amef, o engenheiro florestal Joaquim Paiva de Paula, a importância deste evento se traduz na necessidade de se buscar informações atualizadas para que a classe da Engenharia Florestal se fortaleça com base em novos conhecimentos.
Linhas de financiamentos também foi tema abordado durante o Workshop, com destaque para o lançamento da publicação "Diretrizes Técnicas para Cultivo do Mogno Africano". O trabalho foi realizado pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) em parceria com Cipem, Instituto Ação Verde e Sedraf, a qual, demostra uma nova opção de cultura de reflorestamento que se instaura no Estado como fonte de investimento para o futuro. O diretor de Assistência Técnica de Extensão Rural, Almir Ferro, explicou que o livro traz diretrizes técnicas com base em pesquisas, possibilitando financiamento pelo Banco do Brasil.
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Álvaro Leite, diretor executivo do Cipem declarou que o "reflorestamento é importante para continuidade dos trabalhos industriais, mas é necessário se atentar para a comercialização da produção do mogno africano, para que não experimentemos prejuízos como em experiências anteriores." O diretor ainda reforçou que o setor de base florestal está definindo parâmetros com os custos do manejo para apresentar aos agentes financeiros visando, dessa forma, o aporte de recursos para o Plano de Manejo Florestal Sustentável de Mato Grosso.
Após o lançamento do livro da Embrapa, o engenheiro florestal Evaldo Muñoz Braz ministrou a palestra principal. Com doutorado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)/RS e mestrado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) o palestrante demonstrou que a atividade de manejo florestal ainda requer mais pesquisas, necessárias para se mudar alguns parâmetros disseminados na sociedade por pesquisas superficiais realizadas de forma inadequada, que serviram de base para o surgimento políticas públicas que engessamo setor. “Alguns estudos dizem que deve se esperar 110 anos para se fazer o corte, mas esse tempo, na verdade é menor e também não tem como se achar que a floresta será regenerada com o tempo de espera em 100%. O que pesa na floresta é o incremento dela, ou seja, o quanto cresce”, salientou.
O estudo apresentado por ele, aponta entre as suas conclusões que as taxas sustentáveis para a madeira podem sim ser calculadas e também que os limites de 30 m3/ha por si só não garantem a sustentabilidade, afirmando que o volume da exploração depende do planejamento e não da legislação que engessa a possibilidade de trabalhar com o desenvolvimento necessário.