Profissionais do Sistema Confea/Crea desenvolveram ferramenta de ordenamento territorial

“O machismo tão evidente na sociedade de poucas decadas passadas, cada vez mais dá espaço ao reconhecimento de atitudes e decisões femininas que resultaram em grandes feitos e obras para a humanindade. Mulheres como Anita Garibaldi, Eva Perón, Leila Diniz, Zuzu Angel, Madre Tereza de Calcutá, Margareth Thatcher e outras tantas personalidades tornaram-se muldialmente conhecidas pela sua força, coragem, persistência e hoje observamos uma cultura muito mais coerente e igualitária”, acredita a superintendente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), a engenheira civil Márcia Margareth Caldas, servidora do Crea-MT há sete anos.

Hoje, dia 8 de março, dia internacional da Mulher, o Crea-MT recorda e destaca o trabalho de um grupo de mulheres, escolhido em 2013 para representar todas as mulheres do Sistema Confea/Crea e Mútua que dedicaram e ainda dedicam as suas vidas pelo desenvolvimento de Mato Grosso. A engenheira cartógrafa Lígia Camargo, a geóloga Tereza Neide Nunes Vasconcelos, as engenheiras agrônomas Maria Aparecida Cerce Paiva e Maria Lucidalva Costa Moreira, as geógrafas Luzia Ivo de Almeida Arino, Dalida Vargas Olivares Sfuentes, Creuza Coelho de Souza Bezerra e a engenheira sanitarista Dulcilene de Souza Strobel, que trabalharam durante anos para realizar o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Mato Grosso, considerado uma importante ferramenta de ordenamento territorial que poderá diminuir os conflitos sobre os recursos naturais e reduzir a pressão sobre as florestas.

Conta o grupo que foram grandes os desafios para realizar todos os estudos de maneira detalhada, reunindo as informações de base de conhecimento necessárias. “Recém casadas, algumas grávidas e outras com filhos ainda pequenos, deixávamos nossas famílias para nos embrenhar Mato Grosso a dentro por meses para realizarmos nossas pesquisas. Não foi uma tarefa fácil, mas vencemos e isso me dá um imenso orgulho”, lembrou a geóloga Tereza Neide, que desde 1981 exerce a sua profissão dedicada ao zoneamento.

Enquanto as profissionais relembravam as aventuras que viveram durante mais de 20 anos de pesquisas, a engenheira cartógrafa procurou explicar cada um dos mapas resultante do seu trabalho e a importância de cada um daqueles documentos para a história e para o desenvolvimento de Mato Grosso e do Brasil. “A riqueza de informações que consta nesses arquivos permitirá que daqui 100 anos esse trabalho ainda seja utilizado como referência.”, salientou Lígia Camargo.

Questionadas sobre a definição que elas próprias têm de si como mulheres, todas foram unânimes em demonstrar o orgulho que sentem em terem conseguido finalizar esse trabalho de grande relevância para o Estado, sem viverem experiências preconceituosas em relação ao seu sexo “frágil” em campo e ainda assim conseguir constituir uma família companheira e compreensiva frente a todas dificuldades impostas pela profissão.

Em nome dessas corajosas e batalhadoras engenheiras, geólogas, agrônomas, geógrafas e sanitaristas que estiveram envolvidas na realização do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Mato Grosso, o Crea-MT vem felicitar cada uma de suas colaboradoras, conselheiras, inspetoras, e profissionais do Sistema pela contribuição diária e relevante para toda a sociedade.