Movimento da engenharia e arquitetura tem proposta para combater corrupção em obras públicas

21 de agosto de 2010, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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O reforço no combate à corrupção em obras públicas foi foco do debate na véspera da abertura da 67ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (67ª Soeaa) por líderes profissionais da área, na reunião de trabalho do Colégio de Entidades Nacionais (Cden) neste sábado (21). A motivação é do presidente do Conselho Federal da categoria (Confea), engenheiro civil Marcos Túlio de Melo.

Ele chamou a atenção para que durante o evento, as definições sobre a atuação da categoria e as políticas públicas para o Brasil sejam observadas pelos profissionais. O engenheiro Marcos Túlio apontou avanço para combater a corrupção com a lei da Ficha Limpa, da qual junto com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) a organização foi signatária. A 67ª Soeaa será aberta às 17 horas deste domingo (22), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT).

O presidente do Confea entende que os acordos contra a sociedade que se iniciam no processo eleitoral são a origem do desvio criminoso de recursos públicos. “As empresas investem em determinados candidatos, que depois se comprometem a fazer serviços públicos com essas empresas”, descreve. Ele informa que o sistema Confea/Crea defende mudança na Lei de Licitações (8.666) para frear a corrupção e o financiamento público e exclusivo da campanha eleitoral.
No caso da lei, a proposta é a exigência de projeto completo de engenharia e a definição de orçamento e técnico responsável.

“Defendemos que toda licitação pública tenha obrigação de ter o projeto executivo de engenharia e arquitetura e não só o projeto básico”. Para ele, o projeto básico “é a origem da corrupção no Brasil”.
Em outra iniciativa, diz o engenheiro civil, o sistema fechou uma parceria com o Instituto Ethos para realizar o projeto “Mapeamento dos caminhos da corrupção no Brasil na área de engenharia e arquitetura”.
Ele cita um exemplo claro de corrupção com as obras do Pan-Americano de 2007 no Rio de Janeiro. “Era previsto o valor de R$ 2 bilhões nos empreendimentos de infraestrutura, que virou cinco vezes mais, R$ 10 bilhões. Não é possível isso ocorrer em um país civilizado”.

A preocupação com a corrupção, junto com o desmatamento, é um dos assuntos que atinge negativamente a imagem internacional do Brasil, assegura Marcos Túlio. E o combate ao desvio de recursos públicos e em obras do setor deve ser um dos fortes movimentos dos profissionais do sistema Confea/Crea e do meio empresarial, no momento em que o Brasil tem apresentado investimentos e crescimento na área de infraestrutura e ao mesmo tempo assume liderança entre países emergentes.

O CDEN

A reunião do Colégio de Entidades Nacionais (CDEN) é um fórum consultivo de 28 organizações nacionais das associações de classe, entidades de ensino e sindicais da categoria dos engenheiros, arquitetura e agronomia. Nesse espaço serão discutidos até este domingo (22) o Regimento do CDEN e um projeto de fortalecimento das entidades nacionais e regionais do setor para melhorar a gestão dos serviços prestados à sociedade.

O CDEN é uma das programações paralelas da 67ª Soeaa, realizada pelo sistema Confea e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT). Outra programação do evento é o 16º Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis (CBENC), aberto neste sábado. A semana das profissões do setor se estende até o próximo sábado, dia28, em Cuiabá. A programação completa pode ser encontrada em www.soeaa.com.br

*Jonas da Silva
Comunicação Soeaa