Má administração política é a verdadeira culpada pelo atraso das obras da Copa
12 de novembro de 2013, às 12h05 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Baixos salários pagos aos profissionais da engenharia e superfaturamento das obras públicas são motivos visíveis apontados pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso, engenheiro civil Juares Samaniego, para o atraso das obras em geral no Brasil e a aparente escassez de profissionais da área.
“Os salários pagos pelos órgãos públicos aos profissionais da engenharia variam de R$ 850,00 a R$ 1,3 mil mensais, contrariando o estabelecido pela Lei 4950-A que seria de no mínimo cinco vezes o salário mínimo vigente”, comentou o presidente à época quando a discussão veio à tona no início do semestre quando o governo federal falava na possíbilidade de liberar a entrada indiscriminada dos profissionais estrangeiros no mercado brasileiro justificando–se com a alta escassez de profissionais frente à demanda.
Mais uma vez a “escassez” foi utilizada como subterfúgio para justificar o atraso das obras da Copa em todo do Brasil, desta vez citada pelo Ministro da Aviação Civil, o Sociólogo Wellington Moreira Franco que também creditou à má qualidade da formação dos engenheiros brasileiros a culpa pelos atrasos.
“Como presidente do Crea-MT e pertencente ao Sistema Confea/Crea tenho a plena ciência da incoerência de se argumentar sobre escassez de profissionais no país. Inclusive pesquisa divulgada na semana passada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) garante que não há possibilidade de haver um “apagão” desses profissionais no Brasil nos próximos anos. Esse discurso pronunciado pelo ministro além de contrariar as últimas manifestações da presidente Dilma Roussef, quer mascarar a realidade dos fatos”, declarou Juares ao lembrar o que vem ocorrendo em Cuiabá-MT, onde desde o início das obras da Copa o Crea-MT vem solicitando os projetos e cronogramas para acompanhamento, fiscalização e prestação de contas à sociedade. “Mesmo os requerimentos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso foram ignorados quanto aos projetos e cronogramas, demonstrando que todos os atrasos tem apenas um culpado: o próprio governo que não se dá o trabalho de administrar o planejamento das obras”, complementou o presidente do Crea-MT, em audiência pública na AL-MT, no último 06 de novembro.