Entidades da Geologia e Minas reivindicam concurso público para geólogos

21 de dezembro de 2015, às 13h50 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

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Tendo em vista os últimos desastres que aconteceram como o rompimento da barragem no município de Mariana em Minas Gerais e as consequências que desastres como esse e obras mal planejadas podem trazer, cinco entidades da área de Geologia e MInas de Mato Grosso se reuniram para discutir a problemática e detectaram que a  falta de profissionais especializados trabalhando nos órgãos públicos, podem trazer consequências que colocam em risco a qualidade técnica dos projetos e até mesmo a vida da população.

 

A deficiência de geólogos nos quadros técnicos de prefeituras e governo do estado de Mato Grosso motivou o Sindicato dos Geólogos do Estado de Mato Grosso – Singemat, a Associação dos Geólogos de Cuiabá – Geoclube, a Associação Profissional dos Geólogos de Mato Grosso – Agemat, o Centro Mato-grossense de Estudos Geológicos – Cematege, e a Executiva Nacional dos Estudantes de Geologia – Enege, a publicarem uma carta aberta produzida conjuntamente entre eles, para reivindicar a abertura de vagas para geólogos nos quadros técnicos nos diversos órgãos de Mato Grosso.

 

Confira abaixo a carta publicada dia 17 de dezembro, na íntegra:

 

CARTA À SOCIEDADE MATO-GROSSENSE

 

A comunidade geológica do Estado de Mato Grosso, vem por meio deste documento, deixar clara sua insatisfação, quanto ao descaso com que esta ciência e profissão vem sendo tratada, uma vez que os profissionais dsa Geociências que compõe o quadro de servidores estaduais, é ínfimo, quando confrontada com a importância deste segmento profissional para o Estado de Mato Grosso.

A ausência de geólogos nos quadros técnicos nos diversos órgãos do estado, tais como Secretaria de Estado de Infraestrutura – Sinfra, Secretaria de Estado das Cidades – Secid e Secretaria de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários – Seaf, ou a existência de quadros técnicos insuficientes em diversos outros setores, podem comprometer a qualidade técnica dos projetos, a exemplo das obras de mobilidade urbana na cidade de Cuiabá.

A ausência desses profissionais, nesses projetos coloca em risco a eficiência e boa aplicação de recursos públicos, além de possibilitar que políticas sejam implementadas sem as devidas orientações técnicas. Em casos mais graves, a ausência de estudos geológicos pertinentes pode acarretar desastres e, consequentemente, colocar em risco a vida da população.

Portanto, torna-se indispensável a compreensão por parte dos gestores que o conhecimento geológico é fundamental no desenvolvimento de projetos tais como: infraestrutura, saneamento básico, mobilidade, reforma agrária, uso e ocupação do solo, planejamento da utilização dos recursos hídricos, recuperação de áreas degradadas, assim como, para o planejamento de ações de prevenção ou mitigação de impactos ambientais como secas, enchentes, deslizamentos de encostas e grandes erosões.

O Estado não pode continuar se omitindo ao propor ações ignorando o conhecimento geológico da área/região. Ao se analisar as ações realizadas nas últimas décadas,constata-se que grandes obras foram paralisadas por vários motivos, entre os quais se destaca a falta de conhecimento geológico. Toma-se como exemplo as obras da copa do mundo, com deslizamento de encostas, pontos de alagamento por falta de estudo da bacia de drenagem, dentre outros.Além disso, o conhecimento geológico do Estado, define as coordenadas que orientam a pesquisa/explotação racional de bens minerais metálicos e não metálicos e, especificamente para a construção civil, na extração de agregados (brita, areia e argila), e de insumos agrícolas para o agronegócio a exemplo do calcário e fosfato, de suma importância para economia estadual.

Desta forma se faz necessáriaa criação de políticas públicas e planejamento para a utilização racional desses e de outros bens minerais.

Desde o inicio do ano entidades ligadas aos profissionais das geociências, vêm se reunindo com diversas Secretarias do Estado para debater as ações pertinentes ao setor mineral, entre elas a Casa Civil, SECIDe Gabinete de Desenvolvimento. No entanto, infelizmente quando da abertura do Edital de Contratação Temporária publicado recentemente pela SECID, encontram-se contempladas diversas e importantes áreas técnicas, excetos geólogos.

Destarte, a expectativa desse documento é alertar a sociedade mato-grossense como um todo e o Governo do Estado em particular, a fim de que providências sejam tomadas para as devidas correções dessa distorção. Acredita-se na boa gestão e na aplicação correta dos recursos dos contribuintes e isso passa pela realização de obras com responsabilidade e responsáveis técnicos qualificados.

Sendo assim as entidades de classe ligadas aos profissionais das geociências vem a público solicitar:

1.   Abertura de concurso público para geólogos no estado para compor o quadro técnico das Secretarias: SEDEC, SEAF, SINFRA, SEPLAN, SECID, SEMA, Defesa Civil dentre outros);

2.   Inclusão de geólogos dentro do quadro de pessoal a ser contratado no TAC assinado para conclusão de Obras da Copa;

3.   Criação de uma comissão permanente para debater as políticas de geologia e mineração no estado.

Assinam essa carta:

Sindicato dos Geólogos do Estado de Mato Grosso – SINGEMAT

Associação dos Geólogos de Cuiabá – GEOCLUBE

Associação Profissional dos Geólogos de Mato Grosso – AGEMAT

Centro Mato-grossense de Estudos Geológicos – CEMATEGE

Executiva Nacional Dos Estudantes De Geologia – ENEGE