Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Juares Samaniego: quatro anos à frente do Crea-MT
10 de fevereiro de 2016, às 16h39 - Tempo de leitura aproximado: 8 minutos
Presidente do Crea-MT ao longo de dois mandatos, nos últimos quatro anos, o engenheiro civil e de Segurança do Trabalho Juares Silveira Samaniego faz aqui um breve balanço de sua administração. Aborda os avanços que o Conselho viveu, a ampliação dos serviços e dos canais de comunicação com profissionais e comunidade, além da intensificação do trabalho de fiscalização e construções de sedes próprias para as inspetorias do interior. Para o dirigente, os resultados favoráveis obtidos, em termos de reconhecimento da Instituição e regularização do exercício profissional, são reflexos de uma opção pela transparência, pela excelência e pela qualidade na gestão.
Crea Notícias – O Crea-MT completa 50 anos em 2016. A Instituição cresceu ao longo destas cinco décadas constituindo-se, hoje, num dos maiores conselhos profissionais do país. Qual o fato que mais marcou esta sua trajetória à frente da Autarquia nos últimos quatro anos?
Presidente Juares Samaniego – O Sistema Confea/Crea e, especificamente, o Crea-MT construíram uma bela história de lutas, de crescimento e de defesa da sociedade ao longo destes 50 anos em Mato Grosso. Os profissionais das nossas áreas apoiados pela legislação e pelo Sistema muito contribuíram para o desenvolvimento do nosso Estado, que atualmente é um dos mais expressivos do país tendo à frente o agronegócio. Passamos de um estado pouco expressivo a um dos maiores, inclusive, neste momento de crise global, podemos dizer que Mato Grosso é um esteio para a economia nacional. Na nossa gestão ao longo de quatro anos, trabalhamos para modernizar, tecnologicamente, o nosso Conselho, melhorando o atendimento aos profissionais e à sociedade mas, mais do que isso, buscando reforçar a presença política do Crea-MT junto a todos os segmentos do Estado, o que acaba por nos dar melhor reconhecimento e respeito junto à sociedade mato-grossense. Como exemplo, podemos citar a atuação ativa junto às obras da Copa do Mundo, a defesa de legislações de interesse social e do profissional, parcerias públicas, campanhas sociais, entre outros.
CN – Como o senhor resumiria, atualmente, o papel do Crea-MT junto aos profissionais e à sociedade?
PJS – O Crea-MT tem seu papel legal de registrar, dar atribuições profissionais e fiscalizar o exercício profissional nas nossas áreas, mas atualmente tem buscado ser parceiro dos profissionais e da sociedade, particularmente, nas questões ambientais, de desenvolvimento, observando princípios de sustentabilidade para a vida humana e do planeta.
CN – Sabemos que a missão do Crea-MT vai muito além da fiscalização, do registro profissional. Funciona, também, como um tribunal ético. Poderia abordar esta função do Conselho?
PJS – Na sociedade moderna e dentro do próprio Sistema discute-se muito os valores éticos no exercício principalmente das profissões, por isso nosso Sistema vem ampliando as formas de controle da postura profissional e do comportamento ético dos registrados. Nos últimos anos, a legislação foi aprimorada e, em Mato Grosso, prestamos todo apoio à estrutura de análise de denúncias e da conduta dos profissionais no Estado, assim contribuindo para melhorar o relacionamento dos profissionais com a sociedade.
CN – Como o senhor vê a qualidade do ensino nos cursos da área tecnológica? E a multiplicação dos cursos e das novas modalidades que estão surgindo, além das tradicionais?
PJS – Vimos uma ampliação muito grande na rede de ensino de nível superior no nosso país, com muitos novos cursos e títulos profissionais, temos procurado contribuir com o debate em todos os níveis, da necessidade dos mesmos, da qualidade de ensino oferecida e da ligação do Sistema profissional com a academia. Realizamos, nos últimos anos, um conjunto de encontros, reu-niões e seminários para esta importante troca de experiência e informações. Por outro lado, o Conselho tem, em sua composição, representantes das universidades que têm a importante tarefa de unir o Crea e a academia.
CN – Na sua gestão, o Crea-MT tem se envolvido no debate dos grandes temas que preocupam a sociedade, como as leis de uso e ocupação do solo, inspeção predial assistência técnica, qualidade de obras, entre outras. Qual é a importância dessas atividades para os profissionais e os cidadãos?
PJS – Realmente tivemos a iniciativa e a oportunidade de discutir os temas mais relevantes para a sociedade, sempre sob o ponto de vista da sustentabilidade, da aplicação correta da legislação, da ampliação dos direitos do cidadão e de oportunizar uma melhor qualidade de vida a todos. Trouxemos seminários para discutir que obras realmente estavam superfaturadas, se o VLT seria a melhor opção para Cuiabá, tudo isso e muito mais, nos deram visão pioneira e suporte à população. Por outro lado, as discussões empreendidas sob nossa coordenação no Estado, nem sempre se sobrepõem à vontade política de quem está no poder, mas consideramos um marco o engajamento do Conselho nas questões primordiais da vida do cidadão. Posso afirmar que o Crea-MT está fazendo a sua parte. Muitos se sensibilizaram e avançaram na discussão e melhorias; outros, apesar dos alertas, não o fizeram e estão pagando um preço alto por sua omissão, com interdições, embargos de obras e impossibilidade de obtenção de verbas federais.
CN – Como o senhor avalia o estabelecimento de convênios, como o Ministério Público, Entidades de Classe e Instituições de Ensino?
PJS – O Crea-MT, atualmente, firma um grande número de convênios com as mais diversas instituições. Neste particular, nossos convênios já auxiliaram na fiscalização de inúmeras obras públicas sem custo alguns para os cofres municipais. Implantamos novas inspetorias e recebemos o reconhecimento de câmaras de vereadores e prefeituras que querem a instalação definitiva do Crea no município conseguindo a doação de terrenos para essa edificação. Junto ao Ministério Público temos várias parcerias não somente de fiscalização, mas também de controle social, apoio a perícias necessárias à celeridade de processos, apelo maior da sociedade. Também com as instituições de ensino temos desenvolvido parcerias importantes através do Crea Júnior. Mas é junto às entidades de classe de todo o Estado que o Crea-MT tem atuado no apoio à realização de seminários, encontros, cursos, feiras e eventos diversos de valorização e aprimoramento profissional.
CN – O senhor poderia fazer um breve balanço desses quatro anos de gestão?
PJS – Minha primeira gestão diante do Crea-MT foi marcada por uma série de compromissos com o profissional e com os colaboradores. Foi primordial cumprir as promessas de campanha ampliando a fiscalização, a atuação do Crea-MT no interior e dando melhores condições de trabalho ao colaborador e melhor atendimento ao profissional. Foi um período para arrumar a casa. Agora que estruturamos o Conselho estamos imprimindo uma administração constantemente ativa que ao mesmo tempo em que trilha uma gestão pela qualidade com metas e controles e administramos dentro da realidade orçamentária, sem deixar de atender às necessidades do profissional, de fiscalização, das parcerias políticas, das entidades e da meta de ter sedes próprias em cada município que estamos presentes. Também quero citar que conseguimos aumentar, significativamente, o número de ARTs recolhidas mensalmente; Aumentamos o número de fiscalizações sem aumentar o número de agentes fiscais e com isso o número de obras/serviços fiscalizados no Estado; Aprimoramos a Ouvidoria; Renovamos a frota de fiscalização em 100% e, para 2016 a prioridade além de inaugurar as inspetorias que estão em construção no interior é de reformar o prédio do Crea-MT em Cuiabá e lançar a pedra fundamental da construção da nova sede no Centro Político Administrativo.
CN – Qual a mensagem que o senhor deixar aos profissionais do Crea-MT nesse início de ano?
PJS – Quero agradecer aos profissionais de todo o Estado por todo o apoio e incentivo ao nosso trabalho nos últimos quatro anos, também aos conselheiros, inspetores e diretores que tem nos acompanhado e às pessoas que compõem o quadro de colaboradores do Conselho. Agradeço, ainda, às muitas citações que venho recebendo junto à imprensa nos mais diversos assuntos, pois elas são o reconhecimento do trabalho desenvolvido, pelo acerto na condução do nosso Crea-MT. Reforço meus agradecimentos a todos e destaco que o trabalho somente começou.