Encaminhamentos cobram amparo a engenheiros florestais por parte da Sema
1 de junho de 2010, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Seis encaminhamentos foram retirados da reunião realizada na tarde de 31 de maio, entre os engenheiros da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Associação Matogrossense de Engenheiros Florestais (Amef) e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-MT).
“Cobraremos do secretário da Sema, o coronel Alexander Maia, a assinatura do laudo elaborado por servidores, que constatam divergências claras com as informações apontadas nos laudos da Polícia Federal; a regularização das Anotações de Responsabilidade Técnicas de cargo e função dos técnicos da secretaria, sob pena de paralisação das atividades de análise e pareceres; o efetivo cumprimento da Portaria n. 83/2009, acerca da normatização de procedimentos das análises técnicas dos processos e, que a secretaria disponibilize assessoramento jurídico em todas as fases do processo, para auxiliar os servidores analistas quando da efetivação de seus pareceres”, informou o presidente da Amef, Joaquim Paiva de Paula.
Os itens foram elencados após reunião que durou pelo menos três horas e discutiu a situação dos funcionários da Sema que são profissionais do Sistema Confea/Crea, e que denunciaram estar com medo de assinar documentos e serem envolvidos em processos judiciais. “Nos últimos anos já ocorreram pelo menos sete operações que envolvem o nome de engenheiros florestais que são funcionários públicos e em sua maioria não cometeram crimes, mas são tratados injustamente como tal”, disse Paiva.
Já o presidente do Crea-MT, Tarciso Bassan, sugeriu dois itens aprovados na reunião que tratam de cobrar da Sema-MT que, para os cargos de direção, chefia e assessoramentos, quando nas áreas técnicas, sejam nomeados profissionais devidamente habilitados nos termos da Lei 5.194/66. “Também informamos que a secretaria deve elaborar um normativo interno no sentido de permitir que os servidores atendam apenas os responsáveis técnicos dos processos em andamento, e não as partes diretamente interessadas, minimizando a pressão externa nas análises”, explicou Bassan.
O profissional consultor Marcelo Roder, que é engenheiro florestal e participou da reunião, aplaudiu as decisões e falou em público que já teve seu nome envolvido em um processo criminal. “Tive que reunir meus filhos e dizer que não sou ladrão. Que não havia feito na de errado. É muita humilhação”.
“Queremos que esses profissionais sejam tratados com a dignidade que merecem. Sabemos que muitas pessoas que cometem crimes bárbaros como os de morte somente são presos quando em flagrante e, nesse caso muitos colegas nossos foram detidos e tiveram suas cabeças raspadas”, lembrou Tarciso Bassan.
A reunião foi motivada após profissionais matogrossenses e dirigentes dos Creas da região Centro Oeste (Crea-MS, Crea-MT, Crea-DF e Crea-GO), aprovarem uma “Moção de Repúdio e Agravo” quanto aos maus-tratos, humilhação e à prisão que consideram ilegal sofridos por 43 engenheiros, às 6h da manhã do dia 21 de maio deste ano, durante a “Operação Jurupari”.
“Na Moção, são apontadas razões que ferem os princípios ‘constitucionais da liberdade, dignidade e direitos individuais e coletivos’ e situações humilhantes pela qual muitos profissionais passaram, caracterizando desrespeito à dignidade humana”, justificou Paiva..
Vale ressaltar que todo o caso foi relatado em Brasília, durante Planária do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) pelo coordenador da Comissão de Ética e Exercício Profissional do Confea, Idalino Serra Hortêncio. “Inclusive o ofício encaminhado no dia 26 de maio, pleo Crea-MT ao Juiz Julier Sebastião da Silva solicitando informações sobre a operação e que ainda não foi respondido”, declarou Hortêncio.
*Rafaela Maximiano
Ascom/crea-MT