Dia Internacional da Floresta suscita novos debates em todo o país

22 de março de 2013, às 17h37 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

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Proposta pela Confederação Europeia de Agricultores, em 1971, a criação do Dia Internacional da Floresta foi concretizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) já no dia 21 de março do ano seguinte, portanto, há 41 anos. Uma data que ganha um simbolismo extra pelo início do outono, no hemisfério sul, e da primavera, no hemisfério norte. Afirmando uma demanda ecológica que apenas se ampliaria nas décadas seguintes, seu objetivo é sensibilizar as populações de todo o mundo sobre a importância da floresta na manutenção da vida na Terra. O Sistema Confea/Crea e Mútua registra o avanço da importância da modalidade da engenharia florestal, através da criação da Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF).

 

Na avaliação do subsecretário de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, engenheiro florestal Fernando Castanheira, o setor florestal do país ainda encontra desafios como a sua não inclusão no Plano Plurianual do governo federal. O comentário foi feito durante palestra no segundo dia da 6ª edição do Timberland Investing Latin America Summit, que está sendo realizado até amanhã (21/3) no Club Transatlântico, em São Paulo. De acordo com a cobertura do site Painel Florestal, este déficit será sanado diante de uma boa notícia que se aproxima: a estruturação da Política Nacional de Florestas Plantadas, prevista para julho deste ano. “O setor será incluído no próximo Plano Plurianual (PPA), ou seja, a partir de 2015. Até lá, as mudanças serão pontuais”, aponta a reportagem de Elias Luz.

 


Na visão do subsecretário de Desenvolvimento Sustentável, o setor precisa organizar-se para pleitear políticas específicas do governo federal e dos Estados. Estudos mostram que a participação dos fundos de pensão no setor é viável e vai acontecer. Outro ajuste próximo seria a isenção de PIS e Cofins nas áreas de resíduos florestais e ainda a implantação do seguro florestal. Fernando Castanheira sustenta que não haverá mais recursos a fundo perdido e ainda que o país reduziu 50% do seu desmatamento em 2012.

 


A Política Nacional de Florestas Plantadas vem sendo construída pela SAE, junto aos ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento Agrário e ainda do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além da Embrapa e do Ibama. A partir de diretrizes legais como o novo Código Florestal, a construção da Política Nacional de Florestas Plantadas vem sendo fundamentada economicamente por estudos nas áreas de concessão de crédito, investimentos públicos e privados, além de outras políticas que visam à melhoria da infraestrutura, logística, energia e meio ambiente.

 


“Precisamos trazer o agricultor para o setor e mostrar que ele pode ter uma boa fonte de renda de longo prazo. O governo sabe disso, fará a sua parte, mas precisa do apoio da iniciativa privada porque quem tem que tocar isso é o empresariado”, comentou Fernando Castanheira, que vislumbra uma participação do setor florestal no mesmo patamar da soja. “Queremos saber, de forma oficial, as espécies, produtos e serviços que o setor florestal quer oferecer, para que possamos promover uma gestão territorializada, a inclusão de pequenos e médios produtores rurais, a redução de impactos ambientais. Assim teremos informações suficientes para fazermos um bom planejamento, com a integração entre as políticas governamentais com as perspectivas das cadeias produtivas, tendo como consequência a agregação de valor e a implementação tecnológica”.

 

Outra iniciativa para a defesa dos biomas florestais brasileiros está sendo promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, através do Inventário Florestal Nacional, que pretende mapear o país nos próximos anos. Ao lado da também engenheira florestal Anna Fanzeres, Castanheira foi entrevistado pelo site do Confea, em 12 de julho do ano passado, dia dedicado à profissão. Na ocasião ele manifestou que “o manejo florestal hoje é um licenciamento, não é visto nem exercido como uma obra de engenharia. Se o engenheiro florestal não for valorizado, vamos enterrar o manejo florestal. E o Confea tem um papel fundamental para cortar na carne e mostrar a cara boa da engenharia florestal do país”. Um primeiro passo neste sentido foi dado no final do ano passado com a criação da Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF). Uma oportunidade para conhecer um pouco mais sobre a maior floresta tropical do planeta, a floresta amazônica pode ser assistir aos últimos episódios da minissérie “Amazôniadentro”, que está sendo apresentada pela TV Brasil até este dia 21. O programa vai ao ar à meia-noite.