Desenvolvimento e acesso à tecnologia é tema de mesa-redonda de Seminário

10 de dezembro de 2012, às 16h33 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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“Desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil” foi o tema da primeira mesa-redonda do 1º Seminário Mato-grossense da Engenharia, realizado pelo Crea Júnior, no dia 7 de dezembro, no auditório do CCBS III, na UFMT, em Cuiabá. Estudantes de cursos da área tecnológica acompanharam e participaram das discussões conduzidas pelo engenheiro civil Archimedes Pereira Lima Neto e pelo professor doutor em Geologia, Francisco Egídio Pinho, além dos coordenadores do Crea Júnior Caiubi Kuhn e Géssica Lima, que mediaram a conversa.

 

A formação e o funcionamento do Sistema Confea/Crea e Mútua foi o assunto da fala do engenheiro civil Archimedes. “Essas três instituições (Crea, Confea e Mútua) são responsáveis pelo funcionamento do sistema tecnológico no Brasil, que abrange, atualmente, um milhão de profissionais em todos os níveis”, disse. Para Archimedes, a atuação do Crea é essencial “para que a sociedade não fique refém de maus profissionais ou leigos”.

 

Ao falar de tecnologia, Archimedes iniciou com uma pergunta: “Por que o desenvolvimento científico não ocorre no ritmo que o Brasil deseja?”. Para o engenheiro, um dos problemas é a legislação brasileira, que apresenta algumas barreiras burocráticas para o aprimoramento tecnológico, apesar de algumas mudanças “em leis de mais de 40 anos que estão sendo modificadas para melhorar o dinamismo interno”.

 

E o desafio, na verdade, “é fazer mais por um preço menor. E fazer mais por um preço menor e melhor”, afirma. Uma das alternativas, na opinião de Archimedes, seria a inovação tecnológica com criatividade e o envolvimento entre os profissionais e a sociedade.

 

No caso da Copa do Mundo de Futebol, por exemplo, o engenheiro citou o legado que será deixado. Para ele, além das obras, esse momento é uma oportunidade para as instituições desenvolverem os setores de fiscalização, e inovarem utilizando novos parâmetros, desde que atendam as normas.

 

Interação entre indústrias e instituições de ensino

 

Para o geólogo Franscico Pinho, “o desenvolvimento tecnológico só serve se chegar à sociedade. Também temos que falar de acessibilidade à tecnologia”, afirma. Uma das maneiras de popularização da tecnologia é a concorrência entre as indústrias e a demanda por produtos, na opinião do geólogo. Pinho citou o exemplo do telefone e dos celulares, que se tornaram acessíveis em menos de 40 anos.

 

Fornecer às instituições de ensino equipamentos que permitam a criação e a utilização de tecnologias também foi um dos pontos destacados por Pinho, que é favorável à flexibilização dos currículos para que os alunos tenham acesso a estágios profissionais em indústrias ou universidades nacionais ou internacionais. “Alguns alunos fazem estágio fora do país e quando voltam têm dificuldade para reconhecer as disciplinas, porque o número de horas é diferente e a nomenclatura também, apesar do conteúdo estudado ser o mesmo”, disse.

 

A interação entre as indústrias e a univerdade foi destaca por Pinho como um dos caminhos para o desenvolvimento tecnológico e citou o distanciamento existente entre o governo, a sociedade, a univerdade e a indústria. “Existem maneiras de ocorrer o incentivo privado em tecnologia na univerdade, de maneira legal, mas a estrutura ainda é muito arcaica”, salientou.