Brasil tem baixo índice de estudantes da área tecnológica e déficit de investimento em infraestrutura

23 de agosto de 2010, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Indicadores detectam que país precisa de projeto de formação para engenharias, arquitetura e tecnólogos; corrupção também preocupa

O baixo número de estudantes universitários nas áreas tecnológicas preocupa dirigentes do sistema Confea/Crea e é barreira para o desenvolvimento do Brasil. Cerca de 10% de todos os alunos do ensino de 3º grau estão em cursos do setor. Os demais concentram-se na área de humanas. Na América do Sul, a média é de cerca de 40% e em países desenvolvidos, o índice de estudantes no segmento é de 70%.

O dado foi apresentado a jornalistas pelo presidente do Conselho Federal de Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), engenheiro civil, Marcos Túlio de Melo, durante a abertura da da 67ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (67ª SOEAA), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

O fator falta de mão-de-obra é multiplicado com o também baixo investimento em setores de infraestrutura, seja em energia, transporte, mobilidade urbana ou moradia, reforça o presidente do conselho. Para chegar à condição real de quinta economia mundial, informa o presidente, o país precisa superar esses obstáculos a fim de ter vida digna aos brasileiros. “Precisamos ter investimento de R$ 20 bilhões em 10 anos para ter condição de eliminar problemas de saneamento”.

Para ter mais fontes de recursos para o setor habitacional, diz, o sistema também defende a aprovação da PEC da Moradia que tramita no Congresso Nacional. Pela proposta, o governo federal investiria 2% do Orçamento Geral da União no setor e os municípios 1%.

Ações desse tipo, explica, fariam até 2030 o Brasil não ter déficit de 14 milhões de unidades habitacionais de qualidade. O programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, diz, é um passo importante, mas não definitivo.

CORRUPÇÃO – Outro fator agravante enfrentado pelo setor que impacta os profissionais e empresas do sistema Confea/Crea é a corrupção em obras do setor público, lembra o presidente Túlio de Melo. “Uma questão são as queimadas, outra é o país ser muito flexível à corrupção”, lamenta. “Lançamos um desafio do movimento de combate à corrupção na engenharia, arquitetura e agronomia”.

As organizações do sistema defendem a mudança na Lei de Licitações, com o rigor de toda licitação pública para obras ter obrigatoriamente projeto técnico detalhado, o projeto executivo, e orçamento pormenorizado e responsável por ele. Ele diz que há necessidade de uma “conduta ética no meio empresarial e é preciso os profissionais da área tecnológica e entidades se engajarem nessa luta”.

A aprovação do projeto Ficha Limpa, recorda, com mobilização do sistema em apoio ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) é importante, mas não suficiente.

O projeto aprovado este ano pelo congresso brasileiro barra registro de candidaturas de pessoas com processo julgado por colegiado da Justiça. Ele repetiu o que havia dito na abertura do Colégio de Entidades Nacionais (CDEN) no sábado (21), de que a corrupção e o desmatamento são os temas que arranham a imagem internacional do Brasil.

Informações sobre a 67ª Soeaa podem ser encontradas em www.soeaa.com.br

*Jonas da Silva
Comunicação Soeaa