Aumenta demanda e salários de profissionais da área tecnológica

17 de janeiro de 2013, às 14h26 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Um estudo baseado nos Censos de 2000 e 2010 realizado pelo economista Naercio Menezes Filho, do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e Universidade de São Paulo (USP), demonstra que as profissões das áreas exatas e técnicas estão com a demanda em alta no Brasil.

 

De acordo com a pesquisa encomendada pela Brasil Investimentos e Negócios (BRAiN), uma associação de bancos, BM&F, Federação dos Bancos Brasileiros (Febraban) e outras entidades, que tem como objetivo transformar o Brasil num polo internacional de investimentos e negócios, houve uma queda na oferta de mão de obra, entre 2000 e 2010, de algumas profissões bastante demandadas. "São as profissões que o país está pedindo", diz Menezes Filho.

 

É o caso, por exemplo, da engenharia civil. Havia 141,8 mil engenheiros civis no Brasil em 2000, número que cresceu para apenas 146,7 mil em 2010. Dessa forma, a proporção de engenheiros civis no total da população com diploma universitário caiu de 2,76% para 1,45% no período. A alta da demanda fica claro na evolução salarial da categoria no período, com elevação de 20,6%. Em 2010, na média, um engenheiro civil ganhava 211% a mais do que os trabalhadores apenas com ensino médio completo. Em 2010, essa vantagem subiu para 266%.

 

Segundo o presidente do Sindicato dos Engenheiros de Mato Grosso (Senge), Luiz Benedito de Lima Neto, esse crescimento é perceptível em toda a engenharia. Nos últimos cinco anos e por mais cinco, a engenharia agronômica ficará em destaque. “Além de haver emprego para todos, muitos tiveram elevação salarial média de R$ 4 mil para R$ 8 mil.”

 

As estatísticas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), confirmam as previsões de crescimento da demanda anunciada pelo Senge. Segundo o diretor executivo da Famato, o engenheiro agrônomo Seneri Paludo, o Estado de Mato Grosso deverá crescer em mais de um milhão de habitantes até 2020 para dar continuidade ao crescimento econômico que agronegócio brasileiro vem presenciando.

 

O presidente do Senge também chama a atenção do aumento da demanda de serviço para profissionais da área técnológica nas obras públicas e privadas para a Copa de 2014. “Muitas obras de infraestrutura serão necessárias para que o Brasil esteja preparado para a Copa e para isso é fundamental a qualificação da mão de obra.”

 

O estudo também mostra que o aquecimento do mercado de engenharia tem levado muita gente que está fazendo faculdade ou já se formou a deixar de lado a sequência acadêmica com pós-graduação (mestrado e doutorado) e a buscar uma vaga nos cursos gratuitos de qualificação profissional. Além do conhecimento geral da profissão proporcionado pelas universidades, engenheiros formados e futuros engenheiros fazem cursos voltados para a prática exigida pelo mercado.