Acessibilidade foi tema de destaque no 3º Encontro de Líderes do Sistema Confea/Crea e Mútua
5 de março de 2014, às 14h33 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
Na opinião do presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), engenheiro civil José Tadeu da Silva, “Acessibilidade é um assunto de grande importância para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que têm alguma deficiência. Temos de promover conforto para essas pessoas. Tenho certeza de que essa palestra servirá para nossa atividade profissional e irá enriquecer nossos trabalhos nos Creas”, afirmou o presidente.
A atuação do Conselho Federal na área de acessibilidade foi apresentada pelo coordenador do Grupo de Trabalho do Confea, conselheiro federal suplente e engenheiro civil Osvaldo Luiz Valinote. “Atualmente, no GT Acessibilidade, estamos tratando de um tema específico sobre acessos a prédios públicos, em parceria com o Ministério Público. O convênio está em via de ser firmado e terá o objetivo de estabelecer critérios para as fiscalizações em edificações públicas”, adiantou. Valinote também reconheceu a importância de as lideranças do Sistema discutirem o tema durante o 3º Encontro de Representantes. “Quando o Sistema pauta esse tema, eu tenho certeza de que se tenta dar racionalidade para o nosso exercício profissional”, concluiu.
Desenho universal – Considerado assunto relevante no exercício profissional da Engenharia, a acessibilidade em calçadas e edifícios públicos, por exemplo, proporciona às pessoas com deficiência a equiparação de oportunidades, permitindo que elas circulem por todos os espaços urbanos. “Com isso, as pessoas podem participar plena e efetivamente da vida social, em igualdade de oportunidade com as demais pessoas, como é definido no artigo 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”, destacou o palestrante Sérgio Paulo da Silveira.
Daí a importância de se cumprirem os princípios do desenho universal, que garantem a igualdade de condições de uso de produtos, ambientes ou serviços, sem a necessidade de adaptação ou projetos específicos. “As edificações precisam, portanto, permitir o uso flexível, simples e intuitivo. Devem também exigir baixo esforço físico e ser de dimensões razoáveis. Zerando as barreiras, é possível zerar a deficiência”, pontuou o especialista.
Citando exemplos de projetos acessíveis, como rampas construídas no Pelourinho, em Salvador (BA), Sérgio explicou que, em muitos casos, a execução de projetos acessíveis tem menor custo se comparada à adaptação das construções. “Foi mais caro fazer essas rampas? Não me parece haver diferença de custo entre fazer rampas ou escadaria”, observou. Os números comprovam a eficiência da aplicação do desenho universal. “O engenheiro civil e presidente do Crea-MS, Jary de Castro, demonstra, em seu livro ‘Ir e Vir – Acessibilidade: compromisso de cada um’, que, se um projeto for agregado de critérios de desenho universal, estima-se que seu custo seja aumentado em 1,5%. Se esse mesmo projeto não tiver atendido aos princípios do desenho universal em sua concepção e posteriormente precisar ser adaptado, ele terá seu custo ampliado em 25%”, exemplificou Sérgio. A valorização das construções acessíveis também é considerável. “Hoje, esses imóveis são entre 3,5% e 4,5% mais valorizados que os não-acessíveis”.
Números – No Brasil, 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que representa 23,9% da população, segundo dados do Censo do IBGE de 2010. Os idosos somam 20,5 milhões, ou seja, 10,8%. A projeção para 2030 é de 40,5 milhões de pessoas idosas, ou 18,7% da população, uma taxa de crescimento anual de 3,78%, enquanto a população total crescerá somente 0,57%.