Cuiabá recicla apenas 41% dos resíduos da construção civil

7 de junho de 2016, às 15h22 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Estimativa é da empresa que possui concessão para gerenciar resíduos da construção civil em Cuiabá. Diariamente 90% dos lixos da construção civil são despejados de forma criminosa nas margens de rodovias, beiras de córregos e terrenos baldios

 

Os problemas com o lixo da construção civil vão além de uma simples preocupação; são alarmantes.  Esses entulhos – uma montanha diária de resíduos formada por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, plásticos, pedras, tintas, etc – tornaram-se sérios problemas nas grandes cidades brasileiras e, estão na pauta das administrações municipais há mais de 10 anos, pois desde 2004, a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente proíbe as prefeituras de receber os resíduos de construção e demolição no aterro sanitário e no caso de Cuiabá designa uma empresa exclusivamente para o recebimento destes resíduos, a Eco Ambiental que possui um plano integrado de gerenciamento dos mesmos.

 

Em média 200 caçambas cheias de resíduos de construção são geradas em Cuiabá diariamente, e apenas 8,5%, uma média de 17 caçambas chega à Usina de Triagem da Capital, local adequado e destinado pela legislação como fim correto para este tipo de material. Segundo João Alfredo Silva, sócio proprietário da empresa Eco Ambiental, detentora da concessão do aterro de resíduos da construção em Cuiabá, mais de 90% ou 180 caçambas são despejadas de forma criminosa nas margens de rodovias, beiras de córregos e terrenos baldios.

 

“A lei 4949 regulamenta a destinação dos resíduos da construção civil para o pequeno, o médio e o grande gerador, que deveriam encaminhar todos os seus resíduos gerados para um descarte, uma área licenciada legalmente. Evidentemente ainda não recebemos a totalidade desses resíduos, Cuiabá deve estar gerando em media mil e duzentos metros cúbicos por dia e, nós recebemos em media de 500 metros cúbicos apenas”, calcula João Alfredo.

 

Atualmente os aterros ainda são usados para as sobras da construção civil, mas soluções como a reciclagem e a triagem desses resíduos produzem mudanças viáveis e econômicas tanto para empresas como para o cofre público municipal.

 

“Muito se fala em meio ambiente, mas os serviços ambientais tem um custo que as pessoas nem sempre estão dispostas a pagar. Muitas obras contratam um caçambeiro para fazer a retirada do entulho, mas não querem saber para onde e o destino que será dado a esse material”, conta o empresário.

 

No aterro, assim que as caçambas chegam, os trabalhadores fazem a triagem do material. Os chamados resíduos cinza e vermelho (resíduos de construção, demolição, reformas, reparos de pavimentação, tijolos, pisos), são separados para posteriormente serem processados na usina e reciclados na forma de agregados.

 

Resíduos como papéis, plásticos, papelões, metais e vidros são separados e destinados às empresas que fazem reciclagem deste tipo de material. As madeiras também são processadas e destinadas a empresas que utilizam caldeira, como combustível para queima.

 

Entre as grandes vantagens da implantação de empresas como a Eco Ambiental está na redução dos custos de serviços de coleta e aterramento de entulho além da contribuição para a redução de doenças endêmicas em todo o município. (Confira também a matéria para a TVCrea clicando aqui)