Summit Abracopel discute prevenção de acidentes com eletricidade no Crea-MT
16 de maio de 2025, às 17h17 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

O Plenário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) recebeu, no dia 15 de maio, a primeira edição do Summit Abracopel em Cuiabá. O evento, realizado em parceria com a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), reuniu profissionais, estudantes e representantes de entidades do setor para discutir estratégias de prevenção de acidentes elétricos e ampliar o debate sobre segurança no ambiente de trabalho
A abertura contou com a presença do presidente do Crea-MT, engenheiro civil Juares Samaniego, e do conselheiro Walter Aguiar. Também participaram membros Abracopel e da Abrapeel, Danilo Ferreira e Onesto Júnior, além de Edson Marti, Enio Rodrigues (Sindicel) e Adriana Dussel, presidente da ABEE-MT. Logo após, o engenheiro eletricista Sérgio Roberto Santos deu início à programação técnica com a palestra sobre medidas de proteção contra surtos de tensão em sistemas de comunicação.

Na sequência, Enio Rodrigues falou sobre os riscos associados ao uso de fios e cabos fora de padrão, alertando para a importância da qualificação técnica dos materiais. “Existe norma que regulamenta a qualidade dos fios, mas infelizmente ainda encontramos muitos produtos no mercado que não seguem os critérios exigidos. Um fio pode chegar a 70ºC – se ele não for adequado, vira um perigo dentro da própria casa”, alertou
O servidor do Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso (IPEM-MT), Bento Bezerra, apresentou as ações de fiscalização realizadas pelo órgão, abordando o trabalho da Diretoria de Avaliação da Conformidade. Segundo ele, muitos cabos vendidos atualmente não têm o desempenho anunciado na embalagem:”Às vezes o produto parece bom visualmente, mas por dentro está muito aquém do necessário. E aí o risco está formado.”
Durante a roda de conversa, representantes da Abracopel, IPEM-MT, Sindicel, ACOMAC-MT e do setor técnico discutiram os desafios práticos da fiscalização e as possíveis soluções para combater a venda de produtos fora da norma. “Nosso objetivo é proteger vidas. A energia elétrica é essencial, mas precisa ser tratada com responsabilidade”, comentou Edson Marti.
A segunda parte da programação teve palestras voltadas à realidade das instalações elétricas em residências. Danilo Ferreira apresentou um panorama técnico, enquanto Walter Aguiar trouxe dados sobre os acidentes mais comuns envolvendo eletricidade. Wallace Oliveira, estudante da área elétrica, chamou atenção para o perfil das vítimas: “A maioria dos casos fatais envolve homens jovens, entre 20 e 39 anos, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. E o pior: 70% das mortes acontecem dentro das casas.

Gabriel Simão, também estudante e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (NIEPE), abordou os mecanismos diretos e indiretos dos acidentes causados por raios. Em sua fala, destacou que os impactos vão além do ferimento imediato, podendo gerar incêndios, paralisação de serviços públicos e traumas em comunidades inteiras. “O raio é um fenômeno que atinge mais do que o ponto de contato. Ele desencadeia um efeito cascata.”, afirmou.
No encerramento, os convidados participaram de uma nova roda de conversa sobre os caminhos para reduzir os acidentes elétricos no país. Foram abordados temas como a necessidade de melhorias na infraestrutura elétrica, o reforço nas campanhas de conscientização e a ampliação da educação técnica sobre riscos e prevenção. “Quem sofre o acidente, muitas vezes, não consegue contar. Por isso, quem pode falar, precisa continuar alertando”, concluiu Walter Aguiar.
Texto: Maria Cecília Borges