Brasil necessita de legado pós-copa com mudanças significativas, afirma presidente do Crea-DF

26 de abril de 2011, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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“O legado da África do Sul é muito pouco para o Brasil”, enfatizou o presidente do Crea-DF, Francisco Machado, no segundo painel da audiência pública realizada hoje, 26, em Cuiabá. Machado coordenou o painel intitulado “Legado África” que contou com a presença do conselheiro da Embaixada da África do Sul no Brasil, Arnold Julian Lyle, como expositor; do presidente do Crea-SP, José Tadeu da Silva e do presidente do Sinduscon-MT, Cesário Siqueira como debatedores.

De acordo com Machado, um legado admirável para a sociedade teria que resultar em mudanças culturais, econômicas e sociais e não apenas em obras que contemplem o evento, em 2014. Como exemplo de legado, o presidente do Crea-DF citou o de Londres, que sediará a próxima olímpiada e contemplará estas mudanças.

Ao ser questionado sobre os três principais legados no pós-copa na África do Sul, Arnold Lyle afirmou que, em primeiro lugar, ocorreram melhorias nos setores de transporte público e mobilidade urbana na capital e nas três maiores cidades da África do Sul. Em segundo lugar, a infraestrutura dos estádios e dos arredores e, por último, a mudança de opinião a respeito da África do Sul, tanto pelos meios de comunicação como pelos visitantes que participaram do evento.

Para Lyle, “o evento será uma oportunidade de divulgação do que as cidades que receberão os jogos têm de melhor e poderá resultar em uma imagem positiva da cidade”, afirma. Além disso, na opinião de Lyle, é necessário definir o que a sociedade considera importante como legado social, entre eles, os projetos que serão úteis após o evento e como os prédios construídos serão utilizados.

Na opinião de José Tadeu da Silva, presidente do Crea-SP, “a grande finalidade da copa do mundo, além de ser um lazer importante, é o pós-copa. O legado maior, no caso do Brasil, é o transporte. A mobilidade urbana, não só das capitais mas também das cidades do interior já estão comprometidas”, afirma.

Tadeu questionou ainda a finalização das obras de mobilidade urbana, e a flexibilização das leis de licitação como uma das alternativas encontradas para acelerar as obras. “É necessário fiscalizar para impedir os desmandos que veremos por aí”, afirma.

“A sociedade não percebe como será beneficiada com as obras”, salienta o presidente do Sinduscon-MT, Cesário Siqueira, que chamou a atenção ainda para a gestão dos legados, tanto os sociais e físicos como os econômicos.

Por fim, o presidente do Crea-DF, Francisco Machado, convocou a sociedade mato-grossense e brasileira a debater e participar das discussões sobre a copa do mundo e o pós-copa. “A sociedade paga a conta e não está participando das discussões”, finaliza.

*Laís Costa
Gecom/Crea-MT