VLT pode reestruturar a cidade de Cuiabá, afirma consultor
26 de março de 2012, às 8h45 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
A segunda palestra realizada no dia 21 de março, durante o 1º Seminário Metroviário de Mato Grosso promovido pelo Crea-MT, foi conduzida pelo engenheiro e consultor Peter Alouche que falou sobre “A importância do VLT como transporte sustentável para cidades médias”. Segundo o palestrante, os desafios urbanos das cidades brasileiras podem ser combatidos ou minimizados com a estruturação de um transporte público de qualidade e mobilidade.
“Os maiores desafios das cidades brasileiras hoje são a pobreza nas periferias, violência no transporte, o crescimento da frota de automóveis e motocicletas, o tráfego cada vez mais congestionado com elevado número de mortes e feridos em acidentes, isso sem falar, nos desafios urbanos da mobilidade tendo em vista a alta demanda por deslocamentos de longa distância, a dependência de meios de transporte motorizados, o transporte coletivo insuficiente e nem sempre devidamente integrado e a falta de recursos para o transporte público”, citou Peter
E, uma sugestão apresentada por Peter é o investimento no Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, ou um transporte público de qualidade que ofereça mobilidade e permeie toda a cidade. “Quando falamos em mobilidade para todos, incluímos idosos e pessoas com dificuldades de locomoção. Esse transporte de qualidade precisa ter consciência ecológica, ou seja. não poluir. Deve também garantir a circulação de pedestres e bicicletas, reduzir o número de acidentes no tráfego, diminuir os custos diretos e indiretos dos deslocamentos, melhorar a qualidade de vida e dos espaços públicos e, o grande desafio: tornar nossas cidades sustentáveis”, afirmou Peter.
Segundo ele a escolha do transporte é uma decisão importante para o planejamento da cidade pois gera impacto urbano no entorno a médio e longo prazo e a tecnologia escolhida determina os impactos ambientais como poluição, ruído, energia, entre outros.
“O VLT por exemplo que é um transporte elétrico sobre trilhos. Se comparado sua capacidade entre ônibus e metrô pesado, transporta de 15 a 35 mil pessoas por hora e por sentido. É de segregação total e pode interligar cidades. Ou seja, suas características permitem uma adaptação perfeita ao meio urbano e paisagístico. Incentivando inclusive a modernização ao seu entorno e atrai públicos de todas as classes”, definiu o consultor.
Além dos aspectos tecnicos apresetados pelo palestrante e das comparações entre os modais de transportes, Peter Alouche destacou que o VLT acaba tendo algumas vantagens únicas. ” O projeto do VLT acaba sendo associado a uma renovação urbana, ele é seguro, rápido, confortável, tem movimentos suaves, torna a cidade mais humana e mais habitável, é compatível com as áreas dos pedestres e centros históricos. É um meio de transporte limpo, com tração elétrica sem nenhuma emissão poluente, pode ser implantado por etapas, integra-se facilmente ao sistema de ônibus e metrô e adapta-se ao traçado da cidade, podendo subir rampas e realizar curvas fechadas”, definiu.
O evento que contou com a participação maciça dos profissionais da área tecnológica já tem data para se repetir em uma segunda etapa. Segundo o presidente do Conselho, Juares Samaniego, já está planejado para maio deste ano um curso de dimencionamento tecnico sobre o novo modal que Cuiabá irá receber, voltado aos engenheiros e posteriormente um seminários para a sociedade.
“Precisamos capacitar nossos profissionais pois hoje Mato Grosso não existem engenheiros especialistas em VLT. Devemos despertar esse interesse pois futuramente será necessário a manutenção e até mesmo a ampliação do modal”, justificou.
*Rafala Maximiano
Gecom/Crea-MT