O lastro que a Agronomia dá

21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Compartilhar esta notícia

.
Sátyro Pohl Moreira de Castilho, engenheiro civil, presidente do Crea-MT. Em 11/10/2004

O desenvolvimento de Mato Grosso tem relação direta com uma área profissional: a Engenharia Agronômica. Dia 12 de outubro é a data em que se comemora o dia do agrônomo. Hoje, o Estado bate recordes de produtividade por causa do profissional de Agronomia, que – no campo ou nos laboratórios – desenvolve metodologias e técnicas que irão influenciar diretamente na balança comercial brasileira.

Mas não só: quando se fala no profissional de Agronomia, fundamental também ressaltarmos a importância dele para a preservação ambiental, ainda mais em se tratando de Mato Grosso, Estado com ampla diversidade ecológica. A Engenharia Agronômica prega a convivência entre o desenvolvimento do agronegócio com o respeito ambiental.

A ação do engenheiro agrônomo no Brasil precisa ser ressaltada inclusive por atuar em concorrência com outros mercados internacionais que se seguram no subsídio governamental para conseguir competitividade. Mais: a atuação do agrônomo é prejudicada diretamente pelas dificuldades estruturais do país, como ausência de estradas para escoamento, carência de locais para armazenagem, dificuldades para irrigação, regiões que ainda sofrem com a ausência de energia elétrica…

Trata-se, sem sombra de dúvida, de profissional essencial para a vida rural. O proprietário de fazendas que não se conscientiza da necessidade de ter a consultoria do engenheiro agrônomo está fadado ao insucesso, ainda mais se considerarmos que a legislação ambiental é cada vez mais rigorosa e a concorrência comercial não permite amadorismos.

Mas neste mês de outubro importante também lembrarmos da agricultura familiar. O poder público precisa enfatizar a pequena agricultura que, embora “pequena” no nome, é responsável pela alimentação e manutenção de grande parcela da sociedade. A pesquisa precisa ser mais ampla em relação aos produtos que não são destinados ao mercado externo. Recentemente, a FAO apontou que as pesquisas para transgenia estão voltadas tão somente para a visão de balança comercial e não atingem culturas populares. Mais: para produtos diversos não há pesquisa em defensivos. O fato é que o Estado se retirou, erroneamente, do investimento à agricultura familiar, que precisa de ampla estruturação, até porque – caso contrário – qualquer projeto de reforma agrária no país será falacioso.

O Crea-MT, enfim, parabeniza a todos os profissionais que militam na Engenharia Agronômica pelo país, desenvolvendo o interior e possibilitando lastro para a economia brasileira. E, em particular e com imenso carinho, agradece a cada professor dos diversos cursos de Agronomia existentes: sem a docência, a Agronomia brasileira não teria o perfil que alcançou.
_______
Este espaço é atualizado toda segunda-feira