Três convertedoras de gás natural já fecharam

19 de junho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Três das nove convertedoras de motores para gás natural veicular (GNV) abertas em Cuiabá já fecharam as portas por não conseguir retorno financeiro ao alto investimento feito na montagem das oficinas. O motivo é a insegurança do fornecimento de gás pela Bolívia. A notícia do último sábado de que a Bolívia reduziu o envio de gás natural para Cuiabá é mais um reforço para diminuir a procura pela conversão dos motores.

A administradora da Líder Gás, Audaíra de Camargo Silva, avisa que se o governo estadual não tomar providências, como concessão de incentivos, por exemplo, as outras seis convertedoras restantes também podem fechar as portas. Segundo ela, o gás veicular deixou de ser atrativo desde a nacionalização do gás e petróleo na Bolívia, o que causou um clima de insegurança por parte do consumidor no fornecimento do produto.

Conforme Audaíra, entre janeiro e abril do ano passado, a média de carros convertidos para gás era de 25 a 30 por mês nas oficinas especializadas. Este ano, no mesmo período, a média esteve entre 10 e 15 carros. “A convertedora que atende 10 a 15 carros por mês ainda está em situação menos ruim, pois algumas chegam a converter apenas dois carros no mês. Como o nosso investimento foi muito alto, se não convertermos pelo menos 15 carros a cada 30 dias não conseguimos sobreviver”. A administradora da Líder Gás conta que quando começaram as conversões, no final de 2005, a procura pelo kit gás era muito boa. Mas do ano passado para cá o mercado oscila a cada notícia que chega da Bolívia.

Na opinião dela, uma solução para a sobrevivência das convertedoras seriam incentivos, como redução no Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para os carros convertidos. De acordo com Audaíra, isso acontece em Ribeirão Preto, interior de São Paulo e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

O presidente da MT Gás, Helny de Paula, descartou a possibilidade de problemas no abastecimento de GNV nos postos da Capital. Ele explica que apesar do gás que a termelétrica Mário Covas está recebendo ser insuficiente para movimentar as turbinas da usina, o bombeamento dos 600 mil metros cúbicos recebidos por dia são suficientes para suprir a demanda de 380 mil metros cúbicos/mês. Ao todo, o Estado tem 3,8 mil carros convertidos a GNV, segundo a MT Gás. Helny de Paula também considera que a procura pela conversão de motores é crescente. Diferente do que dizem as convertedoras.

Fonte:Gazeta Digital