Mercado eleva projeção do IPCA de 3,6% para 3,64%

3 de julho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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O mercado financeiro aumentou de 3,60% para 3,64% sua projeção para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, de acordo com a pesquisa semanal Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). A estimativa é a mais alta desde os 3,67% do início de maio. Para o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Thadeu Filho, a expectativa poderá aumentar mais nas próximas pesquisas.

“Elevamos nossas projeções de IPCA neste ano de 3,50% para 3,81% há cerca de um mês”, disse. Mesmo assim, o resultado fechado do ano ficaria abaixo da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os efeitos da alta de preços dos alimentos, segundo o economista, não deverão se esgotar em junho, ao contrário, do que mostram os dados da pesquisa para os demais meses do ano.

“O problema é que as projeções da pesquisa demoram para ser alteradas por fatores estruturais. Elas respondem mais rapidamente aos dados da inflação efetivamente ocorrida”. O aumento da demanda interna, a alta dos insumos provocado pelo próprio aumento da produção agrícola e um esforço de recuperação das margens no setor é que puxarão os preços de alimentos. O setor de serviços deverá ser outro foco de pressão sobre os preços.

“Sem capacidade de aumentar a eficiência produtiva por meio de importações de máquinas, os empresários terão que repassar aos preços as elevações de custos provocadas pelos ganhos salariais obtidos pelos empregados do setor”, disse. Para Thadeu Filho, isso demonstra os limites dos impactos benéficos da valorização do câmbio sobre os preços. “O BC não pode olhar apenas para os preços de produtos transacionáveis com o exterior para fazer uma avaliação positiva dos impactos do câmbio sobre a inflação”, comentou.

Para 2008, a projeção do mercado para o IPCA é de 4%. Mais pessimista, o economista da UFRJ já trabalha com uma estimativa de 4,60%, porcentual um pouco acima da meta central de 4,50%. As previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por sua vez, subiram de 4,30% para 4,34% na pesquisa do BC.

Fonte: Brasília/AE