Leite acumula alta de 58% em Cuiabá

13 de julho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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O litro do leite longa vida já é comercializado a R$ 2,05 no mercado varejista de Cuiabá. Em pouco mais de dois meses, o mesmo produto era facilmente encontrado a R$ 1, 29, alta de mais de 58%. Nesse momento, o preço mais barato entre as três principais marcas encontradas na Capital – Parmalat, Italac, Lacbom -, é de R$ 1,79. De acordo com o gerente comercial do Atacadão, Wlamir dos Anjos, neste mesmo período, o leite longa vida na rede atacadista registra alta de 30%.

Para o diretor da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altevir Magalhães, a alta verificada nas gôndolas tem várias influencias: entressafra, crescimento do consumo interno e da falta de políticas de incentivo à produção. “Acredito que se a escassez do leite continuar, o valor deve aumentar mais. Contudo, os preços não deverão ultrapassar muito o teto de R$ 2, já que quando o preço sobe rápido demais, a demanda cai e isso forçará uma readequação do mercado, ou seja, uma redução no preço final”.

A produção do leite no Estado será normalizada entre setembro e outubro, período que marca o término da entressafra. Até lá, os preços se manterão em alta.

“Não podemos nos esquecer dos aumentos registrados no processo de industrialização como, por exemplo, o aumento da tarifa de energia elétrica e do petróleo. Assim, o preço ao consumidor final acaba sofrendo acréscimo”, completa o executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mato Grosso (Sindilat/MT), Eldor Sontag.

De acordo com o Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), o preço médio nacional bruto do leite pago ao produtor passou de R$ 0,500/litro em fevereiro deste ano para de R$ 0,624/litro no mês passado.

Além disso, o aumento da demanda internacional está sendo um aliado do preço alto. Conforme o Sindilat/MT, países como Nova Zelândia e Inglaterra estão optando pelo produto nacional. Em Mato Grosso, parte dos produtos lácteos está seguindo para São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

SINDILAT – Mesmo com o leite escasso no mercado interno neste momento, a expectativa dos produtores para 2007 é de que – caso a produção diária continue na casa de 1,3 milhões de litros -, sejam produzidos 492 milhões de litros. Valor 17% superior aos 420 milhões de litros registrados pelo Sindilat/MT em 2006.

IMPACTO – Promoção! Este está sendo o caminho escolhido pela dona-de-casa Cristina Barros para fugir dos altos preços dos leites de ‘caixinha’ e não comprometer ainda mais o orçamento. Mãe de dois filhos, diz que uma caixa com doze unidades do produto não é suficiente para a demanda existente em sua casa.

Mas, o aumento que chega a 37% em algumas marcas como, por exemplo, Parmalat, causou espanto também no motorista Ivanildo Semiguen. Conta que, esta semana, já encontrou o leite tipo longa vida mais caro. Por uma das marcas mais baratas pagou, pela embalagem com 12 unidades, R$ 22,66.

Mesmo com a alta registrada do produto nas prateleiras, o diretor da Asmat, tranqüiliza os consumidores. “Não podemos nos esquecer das constantes reduções nos preços de alguns produtos da cesta básica. No final das contas, os valores totais das compras se equilibram e não acabam alterando muito o orçamento doméstico”.

Fonte:Diário de Cuiabá