Lavouras sem registro de focos ferrugem asiática

3 de novembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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A ferrugem asiática da soja que, na safra passada ocorreu pela primeira vez no dia 10 de novembro, em área comercial, ainda não foi oficialmente identificada no Brasil nesta safra. A informação é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Soja) que no último dia 21 veiculou um breve relatório sobre a doença.

Segundo os pesquisadores da Embrapa Soja, o atraso na ocorrência da doença é resultado do vazio sanitário, período em que o cultivo do grão fica proibido durante a entressafra, com o objetivo de reduzir a existência dos fungos que causam a doença de uma safra para outra. Outro fator que está ‘segurando’ a chegada da doença é seca que atingiu as principais regiões produtoras mato-grossenses.

Em Sorriso (460 quilômetros ao médio norte de Cuiabá), município campeão na produção de soja, nenhum sinal de ferrugem foi detectado até agora pelos produtores rurais e assistência técnica especializada. Porém, o momento é de atenção redobrada, pois com o aumento das chuvas e a diminuição de intervalo entre elas, pode ocorrer o aparecimento da doença que só na safra passada provocou perdas de 2,67 milhões toneladas de soja em todo o país.

De acordo com o engenheiro agrônomo, Alfeo Augusto Trecenti, consultor em Sorriso, o não aparecimento da doença se deve, principalmente, ao vazio sanitário; à condição climática, e à atenção dos produtores. “Estes três fatores básicos, mas de suma importância, são responsáveis pelo não aparecimento ainda da ferrugem asiática em nossa região”, explicou.

Mas, nos últimos dez dias, com a mudança nas condições climáticas (ocorrência diária de chuvas), a ferrugem asiática já pode encontrar condição favorável para se instalar. “Agora é o momento de monitorar e prestar muita atenção nas lavouras”, alerta Trecenti, lembrando que se houver esporos do fungo no ar, haverá incidência de ferrugem em breve.

PREVISÃO – Pelas previsões, Sorriso, assim como diversas outras localidades do Estado, terá incidência de ferrugem asiática nas lavouras de soja. Porém, como explicou Trecenti, a situação será um pouco diferente neste ano. “As chuvas retardaram em relação ao ano passado, quando no começo de dezembro já havia focos de ferrugem. “Ela vai acontecer, porém mais tarde”.

Apesar de o produtor já estar mais familiarizado com o controle da ferrugem, os pesquisadores alertam para que seja dada atenção especial ao monitoramento e às ações preventivas a fim de combater a doença ainda no início. “É preciso monitorar sempre”, alerta Trecenti, lembrando que o vazio sanitário interrompe o desenvolvimento do fungo no meio do ano, retardando o processo, mas, isso não quer dizer que a ferrugem foi eliminada. “É preciso ficar atento às notícias e manter atenção redobrada na lavoura”, frisa o agrônomo.

Fonte:Diário de Cuiabá