Interrupções elétricas na capital somaram 15 no total

26 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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A Eletronorte admitiu ontem que mais de uma dezena de interrupções foram registradas no sistema elétrico local, atingindo a baixada cuiabana nos últimos dias. Coincidência ou não, as quedas no fornecimento de luz passaram a ser registradas com maior freqüência após a paralisação da usina térmica de Cuiabá, a UTE Mário Covas. De acordo com o superintendente regional de Operações da Eletronorte, Paulo César Kojima, foram cerca de 15 cortes nos últimos dias. Quatro deles de maior intensidade, atingindo cerca de 160 mil consumidores e outros de menor grau, duração e extensão.

A planta completa hoje 30 dias de paralisação e desde então, a demanda por energia crescente pelo forte calor e a produção restrita às usinas hidrelétricas e pequenas centrais, têm contribuído para a vulnerabilidade do sistema, uma vez que sem a térmica, não há “reservas”. O Ministério de Minas e Energia (MME) reconheceu na semana passada a situação-limite local, mas juntamente com outros integrantes do setor ainda não anunciou medidas que possam minimizar a lacuna deixada pela UTE Mário Covas. A paralisação é conseqüência do corte no fornecimento de gás natural por parte do governo boliviano, que desde o dia 6 interrompeu os despachos a Cuiabá.

Kojima reforçou mais uma vez das quatro grandes interrupções, apenas duas foram motivadas por falhas da Eletronorte, devido a problemas na proteção do sistema do equipamento, que provocaram o desligamento de energia no último dia 12 de setembro com durações de sete e três minutos, respectivamente.

Em função da situação-limite, Kojima anunciou ontem a aquisição de mais dois transformadores para reforçar o sistema elétrico da baixada cuiabana. Os equipamentos visam ampliar a capacidade de transformação nas subestações de Cuiabá, que estão próximas do seu limite, e dar maior confiabilidade ao sistema.

O primeiro transformador, de 100 mil KVa, será instalado em dezembro deste ano, devendo substituir um transformador de 55 mil KVa. Com isso, a capacidade de transformação da Eletronorte deverá passar dos atuais 355 mil KVA para 400 mil KVa. O transformador que será implantado este ano será transferido do Maranhão para Cuiabá.

A Eletronorte vai instalar um segundo transformador, também de 100 mil KVa, até o final do próximo ano. A compra deste novo equipamento está em fase de processo licitatório para contração e aquisição.

De acordo com o superintendente regional de Operações a implantação desses dois equipamentos é necessária porque os quatro transformadores existentes em Cuiabá já estão chegando ao limite da sua capacidade.

Kojima fez questão de deixar claro, entretanto, que os apagões registrados na semana passada não foram ocasionados pela sobrecarga dos transformadores.

APAGÃO – Kojima descartou a possibilidade de ocorrer apagão em Mato Grosso porque o Estado está acoplado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e pode ser suprido por energia de outras regiões, como Tucuruí, Itaipu e Cachoeira Dourada.

Segundo ele, mesmo com a paralisação da Mário Covas, Cuiabá não corre este risco. “Mato Grosso gera 1,6 mil megawatts (mW) e consome apenas 800 mW. Temos energia de sobra. Se excluirmos a Termelétrica de Cuiabá, que tem capacidade para gerar 480 mW, ainda ficamos com uma oferta de 1,12 mil mW. Além disso, podemos reforçar a nossa oferta através da energia do Sistema Interligado, através dos linhões da Eletronorte”, explica. Apesar da capacidade, a térmica em função da redução de 50% no envio de gás natural boliviano não gera desde o dia 22 de junho mais do que 240 mW.

Já a Cemat, também reforça que as interrupções não tiveram ligação direta com a paralisação, mas, no entanto, se houvesse esta geração, os problemas do dia 12 e do dia 21 poderiam ter sido evitados. Com relação ao volume de cortes, a Cemat destaca que muitos deles fazem parte do cotidiano, pois são gerados por fatores externos, como por exemplo, acidentes automobilísticos que atingem postes. A empresa alerta que daqui para frente a fragilidade do sistema aumenta com a chegada do período de chuvas, com os riscos eminentes de trovões e descargas elétricas.

Fonte:Diário de Cuiabá