Importação Mato-grossenses cresce 190%

21 de junho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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As importações mato-grossenses atingiram em maio o maior volume de negócios desde o início deste ano. Num desempenho crescente, na casa dos 100%, as compras atingiram incremento de 190,58% no último mês, em comparação ao realizado em maio de 2006, passando de US$ 94,03 milhões para US$ 273,38 milhões. Foram US$ 180 milhões aplicados a mais na aquisição de insumos e maquinários. “É o resultado da farra do dólar”, exclama o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo. O acumulado deste ano já representa mais de 48% do exercício 2006 que fechou o volume de aquisições em US$ 406,51 milhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado (CIN/Fiemt).

A desvalorização cambial de 8,76% nos últimos doze meses (maio/06 a maio/07) impôs à pauta estadual uma perda de R$ 340 milhões. “Cifras que representam o que o Estado deixou de ganhar neste período em que a moeda norte-americana passou de R$ 2,17 em maio de 2006, para R$ 1,98 em maio de 2007”, explica Timo. Ele observa ainda que comparando o avanço de 8,83% no volume das exportações no mesmo período e convertendo o saldo em reais, o desempenho é praticamente nulo.

Enquanto as importações registram este salto, as exportações estaduais ensaiam um tímido crescimento. As vendas em maio somaram US$ 464,05 milhões, contra US$ 338,79 milhões em igual período do ano passado, variação positiva de 36,97%. Já o acumulado dos cinco primeiros meses revela alta de 8,83% na comparação entre os mesmos períodos. “Estamos reagindo, mesmo que em ritmo menor”, observa o assessor da Fiemt.

As vendas externas somam atualmente US$ 1,906 bilhão. O acumulado entre janeiro e maio de 2006 era de US$ 1,751 bilhão, crescimento de 8,83%. Com um volume de compras muito acima do volume de vendas, a balança comercial manteve sua tendência negativa e fechou os cinco primeiros meses de 2007 em 1,49%.

Timo destaca que o avanço das importações não é prejudicial ao Estado. “Aliás, falta muito para que haja equilíbrio. Se hoje o Estado comercializa mais de US$ 1 bilhão, as compras deveriam somar algo em torno de US$ 500 milhões”.

Ao contrário do que parece, o incremento das importações, no caso de Mato Grosso, é positivo. “É bom porque estamos comprando mais insumos. Ampliando e investindo no nosso processo produtivo. Isso, vai nos proporcionar competitividade e vai, mais a frente, incrementar nossas exportações, com produtos de maior valor agregado. Para Mato Grosso as importações são sinônimos de investimentos no parque industrial”, defende.

PRODUTOS – Mais uma vez as maiores altas são registradas nos insumos destinados à agropecuária, como por exemplo, o cloreto de potássio (302%), superfosfato (990%), fosfato (230%) e outros. Já, alguns produtos passaram a ser registrados pela primeira vez, como, confecções, contêineres, máquinas e aparelhos para preparar carnes, máquinas off set e equipamentos para empacotamento. A pauta registra alta de 149% na importação de pneus novos para ônibus e caminhões e de zinco (957%).

Entre os principais mercados exportadores ao Estado estão a Rússia com participação de 24%, incremento de 186% em comparação aos volumes realizados entre os cinco primeiros meses de 2007 com 2006, Canadá, Argentina, Belarus, Alemanha e Estados Unidos, todos com negociações acima de US$ 15 milhões.

PORTO SECO – Timo lembra que condições diferenciadas ofertadas pelo governo estadual para quem opta por utilizar a Estação Aduaneira do Interior (EADI), mais conhecida como Porto Seco, tem feito a diferença e tem servido de porta de entrada para produtos adquiridos por importadores de outros estados. Os benefícios prevêem redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de até 83,33% para produtos que não tenham similares produzidos em Mato Grosso.

Neste ano a EADI já recebeu máquinas industriais, motocicletas, colheitadeiras de algodão e equipamentos para indústria de curtume, madeira, beneficiamento de algodão e frigoríficos.

Fonte:Diário de Cuiabá