Ferrovia Norte-Sul muito próxima de Mato Grosso

8 de outubro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Projetada para promover a integração nacional, minimizando custos de transporte de longa distância e interligando as regiões Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste, através das suas conexões com 5 mil quilômetros de ferrovias privadas, a ferrovia Norte Sul poderá se estender a Mato Grosso, incorporando-se à ferrovia Senador Vicente Vuolo, que se encontra parada em Alto Araguaia (430 quilômetros ao Sudoeste de Cuiabá).

O traçado original da ferrovia Norte-Sul prevê a construção de 1,55 mil quilômetros de trilhos, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com a incorporação do trecho Açailândia-Belém, a ferrovia terá 1,98 mil.

Com a demora na retomada das obras em Mato Grosso pela América Latina Logística (ALL) – multinacional que controla a ferrovia Senador Vuolo – há possibilidades de a Norte-Sul se incorporar aos trilhos ou mesmo encampar a construção da obra até Cuiabá. A Valec Engenharia, Construções e Ferrovias – Sociedade Anônima controlada pelo governo federal e supervisionada pelo Ministério dos Transportes – é a detentora da concessão para construção e operação da Norte-Sul.

De acordo com o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, a extensão da ferrovia Norte-Sul a Mato Grosso depende de autorização do Ministério dos Transportes e de uma subconcessão para a construção do trecho. “É uma alternativa a mais de escoamento da produção regional”, frisa.

A segunda alternativa, segundo ele, seria a Norte-Sul assumir o trecho de Alto Araguaia até Cuiabá. “Essa proposta vem repercutindo de forma muito positiva, especialmente após a ameaça da concessão da ALL para o referido trecho”, enfatizou Vuolo, alertando que se a ALL não se posicionar ou retomar os investimentos necessários, poderá perder a concessão do trecho.

Caso a Norte-Sul incorpore a Senador Vuolo, Mato Grosso passará a ter mais uma opção de escoamento da produção por ferrovia. “Poderemos chegar ao porto de Santos (SP) ou subir para o porto de Itaqui, no Maranhão, integrando a nossa malha com o Nordeste e Sudeste”, assinala Vuolo.

Fala-se ainda na construção de um ramal da ferrovia Norte-Sul ligando Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) a Miracema do Norte, em Tocantins, que será utilizado no escoamento da safra mato-grossense a partir do Porto de Itaqui (MA). Além da safra de grãos, seriam transportados também minérios e carnes.

Com este ramal os produtores poderão ter uma economia de até 30% nos custos do frete, segundo estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que já aprovou a abertura do processo licitatório para o início das obras. O ramal setentrional deverá integrar a ferrovia Norte-Sul, numa extensão de 1,55 mil quilômetros entre Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso.

“Saindo pelo porto do Maranhão, estaremos mais próximos da Europa, pois a distância é mais curta. O país tem que pensar na logística de transporte e Mato Grosso encontra-se em uma posição geográfica privilegiada”, frisa o presidente do Fórum Pró-Ferrovia.

AUDIÊNCIA – Ele informou que no próximo dia 10 representantes da ALL, Ministério dos Transportes, Casa Civil, Valec e ANTT estarão participando de uma audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara para discutir o avanço das obras da Ferrovia Senador Vuolo até Cuiabá. “Nesta audiência poderemos ver o real interesse da ALL na construção do trecho e se realmente a Valec quer entrar no negócio”, frisou.

Fonte:Diário de Cuiabá