EPE admite utilização do diesel

26 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Desde que o Ministério de Minas e Energia semeou a possibilidade de a térmica utilizar o óleo diesel para retomar a geração de energia, a operadora da planta ainda não havia se manifestado sobre a possibilidade, apenas chamou à atenção para impedimentos contratuais que tornavam a decisão complexa. Por meio de nota enviada ontem à imprensa, o diretor de Assuntos Regulatórios, Comerciais e Institucionais da EPE, Fabio Garcia, tratou da possibilidade de geração de energia a partir de óleo diesel, “até que o fornecimento de gás da Bolívia se normalize”, porém, deixa claro que a decisão depende mais de Furnas – que adquire a energia produzida pela planta – do que de qualquer outro agente. Esta alternativa, que pode custar até R$ 48 milhões ao mês, depende de arranjos contratuais que esclarecem quem vai assumir a conta e de que forma este “adicional” vai atingir o consumidor final.

Ele justifica que a reversão é plenamente viável, já que os equipamentos da usina estão tecnicamente aptos a gerar com os dois combustíveis.

“A EPE, no intuito de colaborar com o Sistema Elétrico Brasileiro e garantir a confiabilidade elétrica de Mato Grosso, coloca suas instalações à disposição para geração de energia utilizando óleo diesel como combustível alternativo. Confirmamos nosso compromisso em colaborar com a confiabilidade do sistema elétrico estadual. Nossas instalações estão disponíveis para gerar a gás ou a diesel. No entanto, nossa energia está integralmente contratada por Furnas, a quem cabe decidir sobre sua geração. Já nos colocamos à inteira disposição do Ministério de Minas e Energia e de Furnas para realizar as adequações necessárias, mas esta solução não está exclusivamente sob nosso controle”, afirma Garcia.

Ainda por meio de nota, a EPE afirmou que ainda não há previsão para que a geração de energia seja retomada. “O fornecimento de gás continua precário devido a problemas operacionais em algumas instalações de exploração e produção na Bolívia. As negociações junto a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para a assinatura do contrato definitivo de fornecimento de gás à UTE continuam em andamento”, conforme trecho da nota. Até ontem, não havia nenhuma data anunciada para um novo encontro na Bolívia. Contrato temporário entre EPE e YPFB vence no dia 30.

A diretoria destaca que MME e a EPE estão envidando todos os esforços para que o fornecimento de gás seja restabelecido. “Adicionalmente, estamos analisando outras possíveis alternativas para a retomada da geração até que o fornecimento de gás se normalize”, observa o diretor.

Fonte:Diário de Cuiabá