Empaer produz fungo para combate à cigarrinha das pastagens

23 de novembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Compartilhar esta notícia

Com o início das chuvas, os pecuaristas já começam a enfrentar problemas com a infestação da praga cigarrinha-das- astagens que causa prejuízos na produção de carne e leite. O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Marcílio Bobroff Santaella, fala que a infestação vem aumentando a cada ano e a previsão no período das águas é que atinja até 6 milhões de hectares de pastagem.

Para combater a praga com eficiência, vem sendo produzido pela Empaer o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae, um controlador biológico que combate as cigarrinhas das pastagens e cana-de-açúcar. Conforme Marcílio, o Metarhizium é um produto atóxico, ideal para o meio ambiente, não deixa resíduo e tem ação permanente durante o período das chuvas. Considerado o produto mais barato do mercado, sendo 5 vezes mais em conta em comparação com os produtos químicos.

O fungo biológico está sendo comercializado a R$ 10,00 o quilo. A dosagem recomendada é de 1,2 quilos por hectare, com um custo efetivo do produto de R$ 12,00 por hectare. O fungo vai agir nas três fases do inseto, ovo, ninfa e adulto, e o produtor fazendo o manejo adequado das pastagens terá uma ação eficaz neste período. A Empaer está produzindo diariamente mais de 400 quilos de fungo e para adquirir o produto é necessário fazer reserva.

Na pastagem infestada, os insetos atacam as raízes e as folhas das plantas, sugando a seiva e provocando o amarelecimento e secamento das folhas, diminuindo a produção de massa verde, valor nutricional e deixando o capim com sabor desagradável e com isso, o animal come menos e perde peso mais rápido. Os ovos permanecem no solo ou restos vegetais durante o período da seca por pelo menos 200 dias, aguardando as condições ideais de eclosão.

A incidência das cigarrinhas-das-pastagens pode ocorrer até o mês de abril de 2008, e com o aparecimento de três a quatro gerações da praga. Segundo Bobroff, as principais espécies que estão atacando as pastagens são a Deois flavopicta e Mahanarva fimbriolata (raiz da cana-de-açúcar). Os municípios infestados são: Poconé, Nova Ubiratan, Figueirópolis D’Oeste, Dom Aquino, Pontes e Lacerda, Campo Verde e Cuiabá.
Para Aplicar

O pesquisador faz um alerta ao pecuarista, para verificar se a população for superior a 20 insetos por metro quadrado está passando da hora de aplicar o fungo e a capacidade da pastagem já reduziu em 50%. A eficiência do controle biológico depende do manejo adequado. A orientação é aplicar o produto nas gramíneas com altura acima de 25 centímetros, aplicar no horário recomendado no final da tarde em dias ensolarados, quando o tempo tiver nublado e com garoa fina o tempo de aplicação pode ser ampliado.

Fonte:Ascom/MT