Dólar fecha a menor taxa desde novembro de 2002

Silvana Rocha
São Paulo/AE

O dólar à vista na roda da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fechou ontem em queda de 0,85%, a R$ 1,925 – menor taxa desde o fechamento do pronto no balcão em 21 de novembro de 2000 (a R$ 1,92). Os indicadores favoráveis sobre a economia dos EUA, à exceção da primeira revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre que veio abaixo do esperado, favoreceram os “vendidos” em dólar futuro, que operaram ontem a fim de enfraquecer o pronto e, por tabela, a ptax (taxa média do dólar à vista).

O dólar à vista oscilou em baixa o dia todo no balcão e na roda da BM&F, influenciado pelo fechamento em alta das Bolsas na China, Europa e Estados Unidos. No leilão de compra de dólar esta tarde, o Banco Central pagou taxa de corte de R$ 1,929. Segundo operadores consultados, o BC teria aceitado as onze propostas (de oito bancos) apresentadas com taxas declaradas, que iam de R$ 1,9263 a R$ 1,929. Sete instituições não informaram as taxas apresentadas.

Conjuntura – O saldo da balança comercial deverá apresentar uma queda de cerca de US$ 12 bilhões entre este ano e 2010, prevêem economistas. Na mais recente edição da pesquisa Focus do Banco Central, eles projetam que o superávit do comércio exterior brasileiro recuará no período de US$ 42 bilhões para cerca de US$ 30 bilhões. Para a economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro, a diminuição do saldo será puxada pelo aquecimento da atividade econômica doméstica e por uma acomodação do ritmo de expansão da economia mundial.

Pelo lado interno, o aquecimento da demanda, de acordo com a economista da Tendências, provocará um crescimento das importações. “Teremos aumento das importações tanto para o consumo como para o investimento”. Pelos dados da pesquisa Focus, as importações poderão aumentar 32% no período e saltar dos US$ 110 bilhões deste ano para US$ 145,2 bilhões em 2010. “Este crescimento das importações é bem vindo”.

Fonte:São Paulo/AE