Janeiro, mês do Engenheiro Ambiental – Entrevista com a presidente da Associação dos Engenheiros Ambientais de MT

8 de janeiro de 2019, às 16h53 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

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No dia 31 de Janeiro celebra-se nacionalmente o Dia do Engenheiro Ambiental. Uma data de comemoração para os que escolheram esta profissão onde só permanece e prospera quem realmente tem uma visão holística sobre as questões ambientais que o rodeiam. É o que afirma a presidente da Associação dos Engenheiros Ambientais de Mato Grosso (AEAM-MT), Kamila Barros, que em entrevista à Equipe de comunicação do Crea-MT falou da Associação e das características que diferenciam o profissional de Engenharia Ambiental em relação aos outros.

 

Qual é a principal diferença do Engenheiro ambiental para os demais profissionais da área tecnológica?

Kamila Barros – Podemos dizer que é um profissional singular e que se destaca pela sua visão holística. E, o planejamento é fortemente determinado pela visão com a qual é concebido. Os Engenheiros Ambientais podem ser muito bem aproveitados pela sociedade por essa característica. Por exemplo, na atual crise hídrica que estamos vivendo, sabemos que a maior parte dos problemas relacionados aos recursos hídricos, tem como causas principais a sua má utilização e, destacadamente, a falta de planejamento. O Engenheiro Ambiental entende com clareza que os recursos naturais estão interligados e são dependentes. Ou seja, quando o curso de um rio é alterado para levar esgotos para longe de uma determinada área, acaba por poluir outra. Da mesma forma, a impermeabilização do solo em uma região provoca o escoamento de águas para outra, que passa a sofrer com enchentes. É notável entender que o desmatamento é um fator de peso na crise hídrica, e que as áreas ribeirinhas precisam ser recuperadas e preservadas para que se tenha disponibilidade dos recursos hídricos. Com certeza, teríamos um cenário diferente se nos órgãos públicos na sua maioria contassem com um Engenheiro Ambiental atuante, que participasse das ações de planejamento e execução de atividades voltadas ao ambiente. Não posso afirmar que todos os problemas relacionados à crise hídrica seriam resolvidos por Engenheiros Ambientais, mas a diversidade de ações que desencadeiam efeitos adversos ao ambiente tem demonstrado a necessidade de profissionais capacitados tecnicamente e que entendam a relação entre meio ambiente, desenvolvimento e sociedade.

 

A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?

Kamila Barros – Acredito que a engenharia ambiental já está consolidada no mercado de trabalho, mesmo que ainda haja um enorme potencial para crescimento. Costumo dizer que não somos muitos mas estamos nos popularizando. Indubitável é que o espaço do engenheiro ambiental no mercado de trabalho tem crescido nos últimos anos, com destaque na área de saneamento básico. O engenheiro ambiental tem atuado significativamente e com muita competência no abastecimento de água, no esgotamento sanitário, na limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos urbanos e industriais. Como resultado, vagas têm sido abertas não apenas no setor privado, mas também no público, embora o mercado esteja extremamente seletivo. De forma semelhante, temos tido oportunidades no setor privado, isto é, na indústria, em construtoras, em empresas de consultoria e gerenciamento ambiental, em escritórios de engenharia, na área acadêmica etc.

 

Na sua opinião, qual a importância da Entidade de Classe para o fortalecimento da categoria?

Kamila Barros – Um dos fatores para o fortalecimento da categoria hoje é de registrar nossa entidade de Classe junto ao Crea-MT. É bem verdade que não é fácil iniciar o processo de reconhecimento de qualquer ”nova” profissão, sobretudo obter um prestígio em seu conselho de classe. Diante desse quadro, a AEAM-MT, que foi fundada em meados de 2012 e 2013 e veio oriunda de estudantes que estavam entrando no mercado e sentiram a necessidade de representatividade no estado, têm atuado nos últimos três anos intensamente em favor do engenheiro ambiental junto à sociedade mato-grossense principalmente em ações voltadas para inserção do profissional em vagas no setor público e privado,  com destaque para eventos que comemoram a data do dia 31 de janeiro e também ações sociais para unir e capacitar a categoria. A entidade de Classe é a imagem e a representação de todos os engenheiros ambientais no Estado de Mato Grosso. Por isso, devemos nos unir a ela para que possamos buscar cada vez mais integração e fortalecimento da categoria.

 

Este ano a AEAM-MT irá realizar algum evento para o dia do Engenheiro Ambiental?

Kamila Barros – Sim. Dias 30 e 31 de janeiro comemoraremos o dia do Engenheiro Ambiental na Semana da Engenharia Ambiental, que está na sua segunda edição e ocorre na capital de Mato Grosso, na cidade de Cuiabá. O intuito deste evento é capacitar profissionais e estudantes para atender as necessidades do mercado de trabalho. Por meio de debates, mini-cursos e palestras com especialistas em assuntos inerentes ao mercado de trabalho do Engenheiro Ambiental e profissional da área ambiental, espera-se a troca de conhecimentos e a capacitação de profissionais da engenharia e estudantes. Além de propor a integração entre profissionais e estudantes, a fim de estimular a troca de experiências e a construção de uma rede de relacionamentos. Mais informações, acessar www.facebook.com.br/aeammt ou pelo nosso site https://contatoaeammt.wixsite.com/aeammt

 

Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?

Kamila Barros – Em primeiro lugar, priorizem na vida profissional e pessoal os princípios éticos e os valores morais. Não esqueçam que o engenheiro ambiental trabalha com equipes multidisciplinares e, sob esta perspectiva, além da sua aptidão e competência na engenharia, busquem conhecimento em outras áreas como gestão de negócios, marketing, vendas, relações interpessoais e principalmente estar sempre atualizado com a legislação ambiental estadual e federal. Por fim, aos que desejam se especializar em uma área específica, existe uma escassez no mercado de trabalho por profissionais consultores ambientais. Sem dúvidas, é uma oportunidade para ser diferenciado no mercado.

*Texto: Jornalista Rafaela Maximiano

*Equipe de Comunicação do Crea-MT