Desmate cresce 50% no trimestre

19 de outubro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Um novo levantamento veio reforçar a expectativa de retomada no ritmo da devastação da floresta Amazônica para o biênio 2007/2008.

Os dados que ajudam a compor este preocupante cenário estão contidos em relatório lançado ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Com base nos resultados do monitoramento por satélite do Projeto Deter – Detecção do Desmatamento em Tempo Real , o órgão identificou um aumento de 8% nas derrubadas entre julho e setembro deste ano, em relação ao mesmo período em 2006. E isso considerando a média dos nove estados da Amazônia Legal.

No conjunto dos meses analisados, Mato Grosso lidera a estimativa de crescimento. A variação foi de 50,8%. Em termos de área total desmatada, o campeão foi o Estado do Pará, que perdeu 2,1 mil quilômetros quadrados de florestas, o que representa uma elevação de 49,8%.

O mês de junho foi o pior para as florestas mato-grossenses. No ano passado, segundo o Inpe, cerca de 250 quilômetros quadrados de floresta haviam sido abertos. Este ano, foram 486 quilômetros quadrados, um salto de 91%.

“Pará e Mato Grosso apresentam aumentos significativos em todos os meses, exceto julho”, apontou o gerente do Programa de Monitoramento por Satélites do Inpe, Dalton Valeriano, em nota encaminhada à imprensa.

A escalada dos indicadores de desmatamento e também de queimadas na Amazônia já vinha sendo apontada pelos boletins de monitoramento das Ongs Instituto Centro de Vida (ICV) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Entre junho e setembro de 2007, por exemplo, foram registrados 44,6 mil focos de calor no Estado.Em agosto, as derrubadas atingiram 250 quilômetros quadrados de florestas, segundo as ongs – 138% a mais do que no mesmo período de 2006. Entre os meses de maio a julho, o salto já havia sido superior a 200%.

Para Sérgio Guimarães, do ICV, os números atuais são ainda muito inferiores aos registrados nos momentos críticos entre 2003 e 2004, mas já deveriam servir como alerta. “Os órgãos de controle têm de começar a agir o quanto antes, com mais multas e fiscalização”, defendeu o ambientalista.

Para Guimarães, este é um momento de reflexão sobre as atuais políticas públicas. “Está na hora de Mato Grosso colocar em prática um plano efetivo de combate ao desmatamento. Hoje, a maior parte das derrubadas é ilegal”.

Fonte: Diário de Cuiabá