Carta aberta à sociedade brasileira

23 de março de 2020, às 11h30 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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O primeiro registro de infecção de Covid-19 (coronavírus) no Brasil foi confirmado em 25 de fevereiro. Em 11 de março, a doença foi classificada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na última terça-feira (17/3), tivemos o primeiro óbito no país decorrente do vírus e, no momento de redação desta nota, eram 428 os casos confirmados. A pandemia atinge 141 países e pelo menos 18 estados brasileiros. Muito possivelmente, quando este texto chegar às suas mãos, esses números já estarão desatualizados.  Nas próximas semanas, enfrentaremos um cenário de congelamento social jamais visto pelas gerações de brasileiros que ora trabalham e tomam decisões.

Entre julho e outubro do ano passado, o Confea realizou reuniões técnicas de fiscalização nas cinco regiões do país. Entre os dias 17 e 18 de dezembro, um encontro nacional reuniu as contribuições debatidas nas reuniões anteriores e o resultado deste trabalho foi a aprovação, por unanimidade do plenário, da Decisão Plenária nº 45/2020, que determinou aos Creas a adoção da diretriz de ampliar a fiscalização em empreendimentos que demandam serviços de engenharia, agronomia e geociências com o objetivo de proteger a vida, “tendo como principal meta fiscalizar 100% dos hospitais do país até 31/12/2021”.

Em um ano, 846 agentes fiscais realizaram 532.444 ações fiscalizatórias, tendo para isso percorrido 8 milhões de km – o equivalente a cruzar quase duas mil vezes a distância entre os extremos Norte-Sul do País. São 3 mil inspetores, atuando em 575 inspetorias, garantindo que obras de engenharia – como hospitais e postos de saúde – estejam sempre com a manutenção em dia.

Fiscalizamos e firmamos presença, sempre conduzidos pelo primeiro artigo da Lei nº 5.194/1966, segundo o qual as profissões da engenharia, da agronomia e das geociências são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano. É com muito pesar que, diante da situação de calamidade em que nos encontramos, admitimos: é tempo de nos recolhermos.

Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais da saúde nas próximas semanas conduzirão as ações necessárias objetivando pôr fim a esta situação terrível. Nós, profissionais da engenharia, da agronomia e das geociências, estamos a postos para colaborar nas ações que nos competem. Contem conosco, e nos convoquem sempre que necessário.

Fonte: Conselho Federal de Engenharia e Agronomia