Café da manhã mais na capital

31 de agosto de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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O café da manhã do cuiabano está mais caro neste semestre. O preço do quilo do pão francês acompanha a alta de sua principal matéria-prima, o trigo (20%), e o leite longa-vida reflete o período de entressafra da bovinocultura e acumulada acréscimo de 30%. O litro do leite de ‘caixinha’ é comercializado por até R$ 2,99%. Já em relação ao pão, o quilo chegou ontem a R$ 7,50 em algumas panificadoras de Cuiabá.

De acordo com os panificadores, a elevação no preço do quilo é conseqüência da última alta da farinha de trigo – que sofreu reajuste médio de 27% – e da elevada carga tributária incidente sobre a matéria-prima. Este é o preço mais alto já aplicado sobre o pão na Capital.

De acordo com pesquisa do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria de Mato Grosso (Sindipan), o preço médio na maioria das panificadoras de Cuiabá é de R$ 6/Kg. Muitas padarias, entretanto, estão vendendo o produto por R$ 7/Kg, enquanto uma minoria cota o quilo a R$ 5,50/Kg.

Nos supermercados e nas pequenas panificadoras é que o consumidor encontra os preços mais baratos. Nesses estabelecimentos, a diferença entre o quilo do pão pode chegar a até 40% se comparada aos preços em vigor nas balanças das grandes padarias da Capital. Entre as maiores redes de supermercados, o Comper é o que apresenta o menor preço (R$ 3,69/Kg), seguido do Big-Lar (R$ 5,49) e do Modelo, R$ 5,99. Em supermercados de médio porte, como aqueles localizados em bairros, o quilo do pão tem média de R$ 3,99.

O presidente do Sindipan, Luiz Garcia, diz que a alta foi inevitável devido “à exorbitante carga tributária” adotada no Estado e ao aumento dos preços da farinha de trigo.

Segundo ele, a tendência é de que o valor médio cobrado pelo quilo do pão se estabilize em torno de R$ 6 no mercado local, ainda que já existam estabelecimentos que cobrem mais caro neste momento.

“As panificadoras apenas repassam os reajustes, por isso estamos defendendo uma revisão nos valores da pauta para o trigo”, afirma Garcia.

REUNIÃO – Nos próximos dias, representantes da indústria da panificação do Estado e distribuidores reúnem-se com técnicos da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT) para tentar um acordo sobre o preço da pauta da farinha de trigo para o setor. Atualmente, a pauta do governo é de R$ 144,30 saca de 50 quilos, o que representa um imposto de R$ 12 por saca. Os panificadores defendem redução do valor de pauta para R$ 45/saca. Com isto o valor do imposto, por saca de 50 kg cairia para R$ 4.

“Já formalizamos este pedido e agora vamos selar o acordo para viabilizarmos o setor da panificação em nosso Estado”, diz o presidente do Sindipan, Luiz Garcia.

Caso a reivindicação seja atendida, ele acredita que os preços do pão francês para o consumidor podem sofrer uma redução. “É possível [os preços caírem], pois o consumidor está pagando caro pelo produto. Mas é bom deixar claro que não é por culpa das panificadoras, mas sim do governo estadual, que está supertaxando o trigo, e também dos fornecedores, que aumentaram os preços da matéria-prima em torno de 30% no segundo semestre deste ano”, argumenta Garcia.

Ele entende que se o valor da pauta não fosse tão elevado, as panificadoras não precisariam reajustar os preços para o consumidor final.

IMPACTO – Segundo Garcia, o setor de panificação e confeitaria do Estado sofreu impacto significativo em seus custos de produção nos últimos dois meses, especialmente em função do reajuste da matéria-prima.

Fonte:Diário de Cuiabá