Brasil bate recorde de empregos, mas ainda é insuficiente

27 de junho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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Os últimos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) comprovam: o Brasil nunca teve tantos postos de trabalho formal. Foram gerados mais de 200 mil empregos com carteira assinada em maio. Porém, se consideradas as elevadas taxas brasileiras de desemprego, a classe trabalhadora ainda não tem muito que comemorar.

De acordo com o economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adhemar Mineiro, os números da Caged não garantem a diminuição do desemprego no Brasil, uma vez que eles podem refletir mais uma formalização de empregos já existentes do que uma geração de novos postos de trabalho. Mineiro lembra que a geração de empregos formais é positiva, pois aumenta a arrecadação do governo e, do ponto de vista dos trabalhadores, dá acesso aos diretos que eles não têm na informalidade. Mas, ele adverte que ainda estamos muito aquém do que precisamos e podemos.

“Países como o Brasil, que tem muitas coisas a realizar, tem condições de ter um efeito imediato muito grande sobre as taxas de desemprego. Seria o caso de se deslanchar um pacote de obras a respeito de habitação, saneamento, transporte e todas as questões de impactos imediatos. E outras medidas importantes são, por exemplo, a aceleração de uma reforma agrária que segurasse uma parte da população no campo e evitasse essa pressão sobre as regiões metropolitanas”.

Para Mineiro, como já há no Brasil um grande contingente de pessoas desempregadas e também muitas pessoas ingressando no mercado, o país precisaria de um crescimento muito mais vigoroso, superior aos 5% ao ano proposto pelo governo federal.

Fonte:Radioagencia NP