Biólogos estudam retirada de macacos do Horto Florestal, em Maringá/PR

2 de julho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Um grupo de biólogos voluntários está estudando macacos no Horto Florestal, localizado na Zona 5 de Maringá (PR). O motivo é uma suposta superpopulação, o que faz com que eles saiam do parque florestal, busquem alimentos nas residências ao redor e até ataquem pessoas. A pesquisa começou no ano passado, depois que um morador informou à prefeitura que os bichos estavam comendo as bananas de sua plantação.

O agricultor Cláudio Alberto Milagres espera que a pesquisa termine logo. “Eles atacam tudo”, reclamou. “Entram nas casas, comem os alimentos e até atacam as pessoas.” Milagres, que é dono da plantação de bananas, disse que tem prejuízo com os animais. A média normal de colheita, que era de 100 caixas semanais, caiu para cerca de 30 caixas. Cada caixa tem uma média de 18 quilos do fruto e o agricultor estima um prejuízo semanal superior a R$ 500.

Os biólogos solicitaram autorização ao Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que foi concedida em fevereiro deste ano, para fazer estudos e o manejo dos primatas. “Estamos na fase de observação do comportamento dos macacos e fazendo questionário com as pessoas que moram perto”, disse a bióloga do Parque do Ingá, Anna Christina Esper Amaro de Faria. “Depois vamos capturar os animais, levá-los para uma área adequada e, se precisar, fazer vasectomia nos machos.” A captura deve ser feita dentro de três meses e, caso haja necessidade de remoção, já há um contato com uma reserva particular em Mauá da Serra (a cerca de 120 quilômetros de Maringá), de 593 hectares.

Anna Christina estima que haja cerca de 300 animais da espécie Cebus apella (macaco-prego) nos 12 hectares do Horto. Os macacos saem da área atraídos pelos alimentos jogados por pessoas que passam perto da cerca. O estudo é feito durante a alimentação. Diariamente, biólogos e funcionários da prefeitura levam 36 quilos de alimentos como banana e amendoim.

A equipe de pesquisa é formada por nove pessoas, entre biólogos, veterinários e técnicos ambientais. Maringá tem oito parques na área urbana e há a intenção de estender a pesquisa para outros locais. Segundo os biólogos, o macaco-prego tem hábito diurno e alimentação variada, que inclui frutas, ovos, sementes e insetos. É um animal inteligente que usa recursos naturais para sobreviver, como gravetos para pegar insetos e pedras para partir os alimentos. O adulto pesa entre 1 quilo até pouco mais de 3 quilos e vive uma média de 40 anos. Os grupos são liderados por um macho dominante (posição conquistada pelo poder físico) e têm entre 30 e 40 animais. Fonte:Gazeta do Povo/PR