Alta na safra impõe prejuízo de US$ 60 mi

17 de agosto de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Glauber Silveira, aponta o elevado preço do glifosato como um dos gargalos para a expansão da área de soja na safra 2007/08. Ele denuncia “abuso” por parte da detentora da tecnologia do glifosato que aumentou os preços em até 51% da safra passada para este ano. Segundo ele, os produtores chegaram a comprar o litro do glifosato por R$ 3,10 no ano passado e, este ano, o produto aparece no mercado por até R$ 4,70.

“Fizemos as contas e constatamos que os prejuízos dos produtores com esta alta pode chegar a US$ 60 milhões”, conta Silveira, lembrando que o herbicida é usado no plantio direto da soja em Mato Grosso, respondendo por 90% da área.

O glifosato é usado na agricultura em pulverizações para limpeza do terreno no pré-plantio, no manejo da vegetação em rotação de culturas, na dessecação na pré-colheita de cereais e para o controle geral das invasoras em cultivares.

Segundo Silveira, o glifosato garante melhor produtividade e maior preservação do solo, daí a preferência dos produtores pelo uso do herbicida. Sem o glifosato, ele acredita que a produtividade poderá ter queda nesta safra.

MONOPÓLIO – A Monsanto e a Nortox detêm 100% da produção nacional de glifosato ácido e 64% da produção de glifosato formulado na concentração de 36%. O glifosato ácido é a base de todas as formas comerciais de glifosato (sais e formulados, torta, pó e solução), que são produzidos por outras quatro empresas no país.

Além de possuir patentes sobre os genes que conferem resistência das plantas ao glifosato, há registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) de pelo menos outras 32 patentes de invenção envolvendo o glifosato sob domínio da Monsanto. Elas tratam, por exemplo, de diferentes formulações, armazenamento, remessa, processos para produção e preparação de glifosato e até métodos para produzir plantas tolerantes ao produto. Isto permite à empresa dominar praticamente todas as etapas de produção do herbicida.

Há suspeitas de formação de monopólio e infração à legislação de defesa da concorrência. (MM)

Fonte:Diário de Cuiabá