A vida continua!

6 de dezembro de 2021, às 17h57 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Vim para Cuiabá aos 15 anos, para cursar o 2° grau.  Apesar de achar minha cidade Primavera do Leste, no interior de Mato Grosso linda, maravilhosa e hospitaleira, mesmo assim estava pequena para essa gaúcha de nascimento.

De lá para cá meu   pai me matriculou no tradicional Colégio Coração de Jesus em Cuiabá, para cursar magistério. Ele tinha certeza   que iria seguir a profissão das minhas tias, mulheres na qual tenho muito orgulho.

O ano era 1991, primeiro dia de aula, nunca tinha visto uma escola tão grande. Um momento especial e inesquecível, por ser o primeiro dia que conversei com uma menina muito simpática chamada Rhadis Camilla (me senti normal com meu nome Marciane).

Os dias foram passando e com eles foram surgindo oportunidades e experiências. Rhadis foi eleita líder de classe e eu vice-líder.  Admirava o “jeito” “normal” e descontraído daquela Cuiabana em me convidar para ir a sua casa fazer trabalho da escola e dormir na casa (meu pai enlouquecia). Fui observando. Mas quando conheci o papai dela, não tive dúvidas que era convidada a frequentar um ambiente familiar congregante e de muito amor, atrelado de respeito, caráter, sabedoria, conhecimento, é claro regado de muita alegria e altas gargalhadas, com humor de sobra naquele lar.

Foram três anos de segundo grau frequentando todos os dias esse ninho de amor que era um “lar doce lar”. Quando a pomba mãe linda e maravilhosa se foi, a tristeza abateu, mas logo essa mesma pomba mandou outra. Essa tomou os quatro cantos do ninho. Abraçou e falou: eles são meus e nossos. Vamos fortalecer esse ninho. E assim se foram os anos. Não lembro de nem um dia de tristeza. Pelo contrário. Quando eu e minha amiga encontrávamos ele triste, logo enxugava as lágrimas e falava: felicidade meus amores, felicidade, eu amo vocês. Eu amo vocês.

Quando chegou a hora de escolher a profissão, minha melhor amiga já sabia o que queria ser, ADVOGADA. E eu, mesmo sabendo que a vida ia nos separar, eu queria ser ENGENHEIRA CIVIL, engenheira como aquele pai da   Rhadis e amigo que enchia os olhos de lágrimas ao falar das obras que acompanhou. A paixão pelas noites sem dormir fazendo cálculos e fazer parte de governos visionários que abriam caminhos aos municípios mais distantes de MT.

Gilson Oliveira, engenheiro civil, pai, amigo, profissional, competente, hoje sou o que sou, graças ao grande homem que o senhor foi, e será sempre meu espelho que no dia mais importante de um adolescente, refletiu o meu futuro.

“Eterna gratidão, jamais esquecerem a pessoa especial que o senhor era, meu amigo  Gilson Oliveira”,  ressalta a 1° vice-presidente do Crea-MT, engenheira  civil Marciane Prevedello Curvo